“Operação Esperança”, do Governo do Estado acompanhará famílias de crianças que pedem esmolas nos semáforos  de Manaus

 “Operação Esperança”, do Governo do Estado acompanhará famílias de crianças que pedem esmolas nos semáforos  

Manaus, AM – O Governo do Amazonas lançou, nesta segunda-feira (27/11), a “Operação Esperança”, voltada ao combate ao trabalho infantil nos semáforos de Manaus. Seguindo determinação do governador Amazonino Mendes, a ação tem o objetivo de diminuir o número de crianças e adolescentes com os direitos violados pela exploração do trabalho infantil e a exposição à mendicância.

Segundo o governador em exercício e secretário de Segurança Pública, Bosco Saraiva, além da abordagem educativa, haverá um acompanhamento das famílias das crianças e adolescentes para evitar que o problema persista.

A operação integrada entre as Secretarias de Segurança Pública (SSP); Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc); de Assistência Social (Seas); Delegacia Especializada de Proteção a Criança e ao Adolescente (DEPCA) e Polícia Civil começou nesta segunda-feira, de forma simultânea, em oito locais estratégicos de Manaus.

A ação conta ainda com a parceria do Ministério Público do Trabalho (MPT), Conselho Tutelar e instituições como Associação Beneficente O Pequeno Nazareno, Lar Batista Janell Doyle, comunidade terapêutica Desafio Jovem e Associação Philippe Sócias.

“Já temos as medidas que serão feitas com relação à abordagem e devolução para o seio da família e acompanhamento. Esse é um trabalho que vai além da abordagem e da retirada de baixo do farol. O governo irá acompanhar a família porque muitos desses são incentivados pelos pais a irem para as ruas em busca de arrecadação”, destacou Bosco Saraiva.

Sensibilização

A primeira etapa da ação é de sensibilização de condutores de veículos, que são abordados por crianças e adolescentes nos semáforos, onde os mesmos realizam várias atividades que caracterizam trabalho infanto-juvenil e mendicância, como comércio de produtos, limpeza de parabrisas, malabares e pedidos de ajuda em dinheiro.

A segunda parte será a abordagem social junto ao público-alvo. “Serão 200 profissionais envolvidos na ação, entre assistentes sociais, psicólogos, advogados, técnicos e os gestores dos órgãos envolvidos. Vamos abordar crianças e adolescentes que atuam em sinaleiros de Manaus, fazer o cadastro social, reunir com os familiares de maneira psicossocial e realizar os encaminhamentos necessários”, explica o titular da Sejusc, Clizares Santana.

Diagnóstico

Um levantamento realizado no período de julho de 2016 a fevereiro de 2017 pelo Diagnóstico de Abordagem Social “Criança Não é de Rua”, realizado pela Associação Beneficente O Pequeno Nazareno, identificou 78 crianças e adolescentes em situação de rua, trabalho infantil, mendicância e exploração sexual. A maioria oriunda da zona leste de Manaus.

O estudo revela, ainda, que 46% desse total é formado por adolescentes de 12 a 15 anos. Segundo a titular da DEPCA, delegada Juliana Tuma, o dinheiro recebido nas ruas acaba servindo como estímulo para que os responsáveis mantenham essas criança e adolescentes na condição exploratória. A estimativa é que, por dia, a arrecadação de dinheiro gire em torno de R$ 120.

“São valores pecuniários que, muitas vezes, fomentam que eles entrem até para o mundo da criminalidade, que sejam cooptados para o tráfico de drogas e a exploração sexual. Os levantamentos feitos pelas Oscs mostram que tem pais que sustentam vícios de drogas, inclusive com esse dinheiro. Temos conhecimentos que isso é utilizado para sustentar vício de drogas”, afirmou a titular da DEPCA.

Rede de proteção

 A “Operação Esperança” também envolve ações de fortalecimento do vínculo familiar e da rede de proteção à criança e ao adolescente, afirma a secretária de assistência Social, Auxiliadora Abrantes. “Com essa nova ação, o governador Amazonino Mendes está trabalhando no fortalecimento da rede. Temos o mapeamento destas crianças e adolescentes para que eles possam superar essa situação de vulnerabilidade e que não seja mais preciso voltar às sinaleiras. Elas não precisam de esmola, precisam da mão amiga do estado, do conselho tutelar”.

A DEPCA também estará presente na abordagem social, assim como aproximadamente 20 agentes da Polícia Civil. O vice-governador e Secretário de Segurança, Bosco Saraiva, afirma que o trabalho de proteção das crianças é fundamental e acontecerá de maneira intensa em toda a capital. “Essas crianças que ficam  nos sinais estão expostas a muitos tipos de riscos e situações de violência.

A esmola que muitos motoristas  dão acaba sendo uma espécie de estímulo àquelas pessoas que, ao invés de proteger, estão expondo essas crianças a situações de extremo risco”, destacou Bosco Saraiva.

Amazomnianarede-Secom

 

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