Manaus – Três policiais militares foram afastados nesta sexta-feira (8) do serviço operacional nas ruas de Manaus após agressões a três jovens na madrugada de quinta-feira (7). Nas imagens registradas por uma câmera de segurança instalada em um estabelecimento comercial, é possível ver um policial agredindo os jovens que estavam no local.
O fato foi registrado na Zona Norte da capital. Segundo a Polícia Militar, há um pedido de prisão preventiva para os envolvidos e um inquérito foi instaurado para apurar excesso na conduta.
Nas imagens capturadas pela câmera, é possível ver um policial chegando em uma viatura e agredindo um jovem com pauladas, socos e pontapés. Em imagens divulgadas à Rede Amazônica, os jovens apresentam hematomas pelo corpo.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta, o comandante-geral da PM, coronel Gilberto Gouvêa, afirmou que um cabo e dois soldados prestaram depoimentos sobre o caso, mas “não apresentaram justificativas plausíveis”. “No nosso entender, é muito difícil encontrar justificativa para o que nós vimos nas imagens”, declarou.
Nenhum dos policiais teve a identidade divulgada. De acordo com o comando geral, o cabo envolvido nas agressões tem 15 anos de atuação e os outros dois soldados estão na PM há cerca de três anos.
O coronel Gilberto Gouvêa declarou que um inquérito policial foi instaurado para apurar o excesso por parte dos policiais envolvidos na ocorrência. O prazo para a conclusão é de até 40 dias. “Diante da gravidade dos atos, as imagens trazem uma mensagem muito ruim do que aconteceu, a PM já adotou diversas providências.
A primeira delas foi transferir os policiais militares da Força Tática, que é uma unidade de valor, e deve ser constituída por PMs de valor. Nós instauramos um inquérito policial militar, e também pela corregedoria vão ser instaurados outros procedimentos administrativos disciplinares”, disse Gouvêa.
Gouvêa explicou ainda que o cabo, por possuir mais tempo de atuação, será submetido a um conselho de disciplina. Os demais devem responder a sindicâncias disciplinares, que devem apontar se eles possuem condições ou não de permanecer na Polícia Militar.
O teor das declarações nos depoimentos dos PMs não foi divulgado à imprensa. “O PM é sujeito de direito como cidadão e a eles serão garantidos os direitos da ampla defesa e contraditório. A partir do momento em que as apurações forem encerradas, aí sim, nós teremos uma visão das punições que eles sofrerão em razão dos fatos, dos atos que praticaram”, afirmou.
O coronel Gouvêa informou também que há um pedido de prisão para eles. “O encarregado do inquérito do policial militar já se manifestou com relação a isso e encaminhou uma solicitação ao juiz auditor militar, representando a prisão preventiva dos policiais. Em razão da gravidade dos atos, e do que se pode ver claramente nas imagens”, declarou.
Nota da Polícia Militar
A Diretoria de Comunicação Social da Polícia Militar do Amazonas vem informar, em relação ao vídeo circulando nas mídias sociais, envolvendo policias militares da Força Tática agredindo pessoas, que foi determinado abertura de inquérito policial militar e o afastamento dos serviços das ruas dos envolvidos.
O Comando da Corporação não concorda com atitudes contra direitos humanos, bem como contrárias as instruções técnicas e táticas em defesa da vida e do cidadão.
Ressalta, ainda, que a Força Tática é uma tropa de extrema importância para ordem pública em nossa estrutura e que diariamente se destaca com apreensões de armas e drogas na cidade, contudo, esse comportamento trata-se de uma ação isolada que será de forma imparcial apurado em respeito da sociedade e dos bons policiais.
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