Suspeito confessa crime contra líder comunitária no Iranduba

Suspeitos pelo assassinato da líder comunitária, presos
Suspeitos pelo assassinato da líder comunitária, presos
Suspeitos pelo assassinato da líder comunitária, presos

Amazonas – A Polícia Civil confirmou nesta terça-feira (18) a prisão de duas pessoas suspeitas de envolvimento no sequestro e morte da líder comunitária Maria das Dores Salvador Priante, de 56 anos, em Iranduba, interior do estado. Um deles confessou o crime. O homem apontado como o mandante do assassinato foi detido na segunda (17), na capital. Cinco pessoas são procuradas por suspeita de ligação com o caso.

“Dona Dora”, como era conhecida, foi encontrada com marcas de tiros no dia 13 de agosto. A líder comunitária foi sequestrada de dentro de casa e levada para um ramal – estrada vicinal do município. Ela já havia registrado ameaças que vinha sofrendo à Polícia Civil e à Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM).

A prisão do motorista Adson Dias da Silva, de 38 anos, ocorreu na segunda em um fórum localizado no bairro de Aparecida, Centro de Manaus. O outro suspeito, o caseiro Ronaldo de Paula da Silva, 21, foi localizado no bairro Figueirinha, em Manacapuru. Ronaldo – que estava na casa da vítima quando o crime ocorreu – chegou a participar das buscas pela mulher, mas confessou a ligação com o caso.

As prisões ocorreram em cumprimento a mandados de prisão expedidos na segunda-feira (17) pelo juiz titular da Segunda Vara de Manacapuru, Aldrin Henrique de Castro Rodrigues.

O magistrado também expediu um mandado de busca e apreensão. Na delegacia, Ronaldo da Silva relatou à polícia que aceitou integrar o esquema por ter sido ameaçado de morte. “O Adson disse que ia matar a mim e a minha familia. Fiquei com medo. Estou arrependido”, disse o suspeito.

De acordo com o delegado de Iranduba Paulo Mavignier, o caseiro receberia R$ 3 mil por ter facilitado o acesso à casa da vítima. Mavignier diz que ele foi responsável por sinalizar para que outros comparsas invadissem a residência da vítima. Dois homens chegaram ao local e amarraram a líder comunitária e o suspeito. Em seguida, eles sequestraram a vítima, deixando o comparsa no local.

Para a polícia, o caseiro seria executado quando recebesse o pagamento pelo crime. O caseiro disse ainda que Adson Silva teria mandado matar Dona Dora para vingar a prisão de familiares dele, detidos durante a operação “Duas Caras” da Polícia Civil, realizada em julho. O pai e um irmão são suspeitos de venda ilegal de lotes de terras na cidade.

Na delegacia, Adson Silva negou participação no assassinato. Ele diz que um vereador e um advogado do município têm interesse no crime. “Não tenha nada a ver com isso. Não vou baixar minha cabeça, se não fiz nada. Falo de cabeça erguida que eu não fiz isso. Os maiores interessados na morte da Dora eram esses dois [o advogado e o vereador apontados por ele]. Eu não tinha nada contra ela. Eu sou homem para assumir o que eu fiz”, disse ao G1.

A polícia descarta o envolvimento das duas pessoas citadas pelo motorista. O delegado afirma que há indícios que ligam o suspeito ao crime. Uma testemunha relatou ter visto Ronaldo e Adson conversando em frente a uma lanchonete no bairro Serra Baixa. De acordo com o delegado, o tempo do encontro coincide com o relato de Ronaldo, de que eles teriam arquitetado o assassinato durante um encontro há duas semanas.

Dora, a líder comunitária que foi covardemente assassinada
Dora, a líder comunitária que foi covardemente assassinada

Disputa de terras

Para a família, o crime pode ter ligação com denúncias por disputa de terras. “Ela recebia ameaças de mortes e já havia sido agredida há cerca de um ano”, disse ao G1 o marido da vítima, Gerson Priante, que desde o início atribuiu a violência ao suspeito, com quem Maria das Dores tinha uma relação conflituosa.

Suspeito O homem apontado como mandante do crime já havia sido preso em julho, durante uma operação da Polícia Civil, realizada em Iranduba. Na época, a investigação apontou que ele era responsável por vendas ilegais de lotes de terras na comunidade “Portelinha”, localizada na estrada de Serra Baixa, no município. Ele também já era investigado pelos crimes de ameaça, porte ilegal de arma de fogo e tráfico de drogas e respondia em liberdade aos crimes.

Segundo a polícia, o suspeito chegou a comparecer à delegacia da cidade para prestar esclarecimentos no dia em que o corpo da líder comunitária foi localizado. Ele negou participação no crime e foi liberado em seguida.

‘Pedido de socorro’

 

Na quinta-feira (13), o deputado estadual José Ricardo (PT) afirmou que dona Dora e os comunitários já tinham denunciado perseguições e ameaças às autoridades. “Pediram de todos os órgãos competentes reforço na segurança da comunidade”, disse a assessoria do parlamentar, em nota.

 

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No dia 28 de abril, afirma a assessoria, o deputado esteve com ela na sede da Secretaria de Segurança Pública para pedir apoio e providências. Já no dia 24 de junho, ela esteve no plenário da Assembleia Legislativa, pedindo apoio contra os atos e ameaças de morte. “Nada foi feito”, lamentou a assessoria do petista.

O crime

 

De acordo com a polícia, um grupo de homens armados invadiu a residência de Maria das Dores, situada na Comunidade da Portelinha, Km 28, onde estava a líder comunitária e caseiro.

Dona Dora foi levada pelo suspeitos e morta a tiros.

Amazonianarede-JAM

 

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