Solto por Gilmar Mendes, ex-presidente do Detro está foragido

Juiz Marcelo Bretas mandou prender novamente Rogério Onofre. Ele é acusado de receber R$ 44 milhões em esquema de propina.

Brasil – Está foragido o ex-presidente do Departamento de Transportes do Rio Rogério Onofre, que é réu na Lava Jato. Ele foi solto na quinta-feira (24), depois de um habeas corpus do ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes. Mas nesta sexta-feira (15), o juiz federal Marcelo Bretas determinou a prisão mais uma vez. A polícia procurou e não encontrou Rogério Onofre na casa dele em Paraíba do Sul, no sul do Estado do Rio.

Ele já foi prefeito da cidade e depois que ganhou o direito de responder ao processo fora da cadeia cumpria na cidade o recolhimento domiciliar. Tinha que passar as noites, os fins de semana e os feriados dentro de casa.

Agora é considerado foragido. Rogério Onofre foi preso no início de julho, acusado de receber R$ 44 milhões em propina do esquema de corrupção no transporte público de ônibus do Rio. Ele foi presidente do departamento que fiscaliza as empresas de 2007 a 2014.

A mulher dele também foi presa dias depois da operação. Dayse Deborah Alexandra Neves estava indo de ônibus para Florianópolis e foi acusada de tentar movimentar US$ 1,8 milhão de um fundo no exterior depois da prisão do marido. O Ministério Público Federal diz que ela chegou a ter US$ 10 milhões em apenas uma conta no exterior.

Na terça-feira (22), o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu habeas corpus e decidiu soltar o casalNa quarta (23), o Ministério Público Federal entrou com pedido para que Rogério Onofre não fosse solto, afirmando que o ex-presidente do Detro ameaçou dois empresários também investigados pela Lava Jato.

Nuno Coelho, conhecido como Batman, e Guilherme Neves Vialle, como Robin, foram presos em agosto, em Curitiba, acusados de lavar dinheiro na venda de imóveis para o casal.

Guilherme Vialle disse em depoimento à Polícia Federal que foi ameaçado pessoalmente por Rogério Onofre. Onofre teria dito que mandou pessoas acompanharem a rotina dele e da família e que, antes de matar Guilherme, iria torturá-lo.

Nuno Coelho disse à polícia que Rogério avisou que sabia onde a família dele e a de Guilherme moravam e que já investigava os dois. As ameaças também chegavam por mensagens de áudio. Onofre: Vocês não estão acreditando, rapaz, na sorte. Vocês ainda não morreram porque eu quero receber, mermão.

O juiz Marcelo Bretas afirmou que, apesar de as denúncias serem gravíssimas, não poderia analisar o novo pedido de prisão por causa do habeas corpus concedido pelo ministro Gilmar Mendes, e encaminhou ao ministro um ofício relatando os fatos novos.

Gilmar Mendes respondeu que o juiz poderia decidir e, nesta sexta-feira (25), Marcelo Bretas mandou prender mais uma vez Rogério Onofre.

Na decisão, o juiz diz que as ameaças também representam uma obstrução à justiça. Para o juiz, Rogério Onofre em liberdade poderia atrapalhar a investigação sobre a máfia nos transportes do Rio, que tem ligação com a organização criminosos chefiada pelo ex-governador Sérgio Cabral e que movimentou pelo menos R$ 250 milhões em propina.

O dinheiro vinha das empresas de ônibus que faziam uma espécie caixinha da corrupção. O Ministério Público quer saber se o sistema do Bilhete Único e do vale-transporte também foi usado para pagar agentes públicos. Juntos, eles movimentam R$ 6 bilhões por ano.

Numa operação nesta sexta, um diretor da federação das empresas de ônibus foi preso em flagrante por obstrução da justiça. Ele mandou um funcionário esconder um computador dos policiais.

A decisão do ministro do STF Gilmar Mendes, é considerada muito polêmica pelos brasileiros

O que dizem os citados

O advogado disse que Rogério Onofre não estava em casa nesta sexta porque se sente ameaçado. O advogado não explicou por que o réu ainda não se entregou, mas afirmou que Rogério Onofre vai procurar a polícia no sábado (26). A defesa de Dayse Neves disse que ela não vai se manifestar.

Mulher de Gilmar nega relação com Barata

Na semana passada, o JN noticiou o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para que o ministro Gilmar Mendes seja considerado impedido de julgar o caso do empresário Jacob Barata Filho, do Rio de Janeiro.

Gilmar Mendes concedeu um habeas corpus ao empresário. Mas, segundo Janot, o ministro não poderia ter atuado no caso porque tinha relações pessoais com o investigado.

Um dos motivos foi a proximidade do irmão da mulher do ministro, Guiomar Mendes, com o empresário, e também o fato de Gilmar e a mulher terem sido padrinhos de casamento de um sobrinho de Guiomar com a filha de Jacob Barata Filho.

Nesta sexta-feira (25), Guiomar Mendes disse ao Jornal Nacional que não existe – e nunca existiu – relação dela e de Gilmar Mendes com a família de Jacob Barata Filho. Guiomar declarou que a atuação do marido não pode ser limitada em razão de uma relação pessoal do irmão dela.

Sobre o fato de trabalhar no escritório de Sérgio Bermudes, que advogou em processos de Jacob Barata Filho no Rio de Janeiro, Guiomar Mendes disse que só atua em processos em Brasília e que nunca trabalhou em casos do empresário.

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