Setembro Amarelo abre com ações de conscientização sobre a valorização da vida, em Manaus

96% das pessoas que se suicidam tinham problemas psiquiátricos não tratados de forma adequada
96% das pessoas que se suicidam tinham problemas psiquiátricos não tratados de forma adequada
96% das pessoas que se suicidam tinham problemas psiquiátricos não tratados de forma adequada

MANAUS, AM – A Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM), em parceria com a Associação Amazonense de Psiquiatria (AAP), abre a campanha Setembro Amarelo, voltada à prevenção ao suicídio e de valorização da vida, com ações de panfletagem sobre causas mais comuns do suicídio e as possibilidades de prevenção. A primeira mobilização ocorreu na noite de sábado, 10 de setembro, Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, e seguirá com programação na terça-feira, dia 13 de setembro, na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), e no dia 18, no calçadão da praia da Ponta Negra.

Na noite de sábado, no Largo São Sebastião, Centro de Manaus, psiquiatras, psicólogas da DPE-AM e defensores e defensoras públicas fizeram panfletagem para conscientizar sobre a necessidade de se falar sobre as causas do suicídio e buscar a prevenção. O coordenador da campanha pela Defensoria Pública, defensor público Ricardo Trindade, disse que o apoio da instituição à causa deve-se ao fato do suicídio ser uma questão de saúde pública, que deve ter a atenção necessária do poder público.

Segundo Ricardo Trindade, a campanha visa quebrar o tabu do silêncio em torno do suicídio, para que seja possível identificar as causas e tratá-las de forma adequada. “É uma questão muito grave que é tratada pela Organização Mundial de Saúde como um problema de saúde pública. Infelizmente ainda há um tabu muito grande e existe um silêncio sobre o tema. A visão hoje tem se quer outra, é preciso falar sobre o problema e tratar as causas para que possamos salvar vidas de pessoas com ideações suicidas e também ajudar familiares que já perderam alguém num gesto extremo como o suicídio”, afirma Ricardo Trindade.

setembro-amarelo-dpe-am-1De acordo com o vice-presidente da AAP, Pablo Gnutzmann Pereira, falar sobre a vontade de morrer diminui o risco da pessoa se matar. “A primeira atitude de prevenção é a pessoa que estiver sofrendo, pensando em desistir, sumir ou morrer, procurar ajuda e falar sobre isso, seja com psicólogo ou psiquiatra ou até mesmo falar com alguém próximo, dividir a angústia. Falar sobre suicídio não estimula o suicídio, pelo contrário. Só o fato de falar sobre isso alivia”, diz o vice-presidente da AAP, que também orienta que é necessário buscar tratamento médico.

Segundo a AAP, 96% das pessoas que se suicidam tinham problemas psiquiátricos não tratados de forma adequada. Pablo Gnutzmann destaca, entre as principais causas, os transtornos mentais, como os de humor e depressivos e aqueles relacionados ao uso de álcool ou drogas ilícitas.  Dados da Associação Brasileira de Psiquiatria indicam que no Brasil há, por ano, em média, 11 mil suicídios, e o Amazonas ocupa o 11° lugar no ranking dos Estados com maior número de casos.

setembro-amarelo-dpe-am-3Programação Setembro Amarelo – Além da panfletagem, alguns prédios públicos recebem iluminação na cor amarela neste mês, como o Palácio da Justiça, a Arena da Amazônia e Assembleia Legislativa.

A campanha também terá a realização de um simpósio de palestras no auditório Belarmino Lins, da Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM), no dia 13 de setembro, das 9h às 12h. As palestras serão ministradas por Cleber Naief e o vice-presidente da AAP, Pablo Gnutzmann Pereira, e vão abordar os fatores de risco e as formas de prevenção ao suicídio. O evento é gratuito e aberto ao público.

No dia 18 de setembro, a DPE-AM coordena panfletagem no calçadão da Ponta Negra, a partir das 8h. Participam da ação, assistentes sociais e psicólogas da instituição e voluntários, além de profissionais da Psiquiatria.

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