Sefaz aponta ‘rombo’ de 600 mil litros de óleo diesel nas empresas de ônibus de Manaus

Secretário da Sefaz, Jorge Jatahy, considera que queda brusca da compra de diesel pelas empresas indica “desvio”

A Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) detectou que as empresas de transporte coletivo de Manaus compraram em torno de 600 mil litros a menos de óleo diesel no mês de fevereiro de 2017, comparado ao mesmo mês de anos anteriores. A informação foi dada ontem pelo  secretário da pasta Jorge Jatahy. O levantamento,  com base em notas fiscais, consta em um parecer enviado para o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE).
O jornal A CRÍTICA publicou a denúncia feita pelo vereador Marcelo Serafim (PSB) de que as empresas não consumiam o total de combustível que compravam com isenção e vendiam o excedente no mercado negro. “Fizemos o histórico e o consumo de diesel em fevereiro caiu muito. Atestamos isso e foi no parecer para o TCE-AM, em razão da solicitação da conselheira Yara Lins, de fazer uma verificação da planilha”, afirmou o secretário Jorge Jatahy. “Comparado ano a ano, fevereiro de 2017 foi o mês em que menos se comprou diesel. Isso é um indício que havia algum desvio”, afirmou o titular da Sefaz.

O assunto foi debatido ontem na Câmara Municipal de Manaus (CMM). O vereador Marcelo Serafim disse que enviará requerimento solicitando das empresas e da Superintendência de Transportes Urbanos (SMTU) as notas fiscais referentes à compra de óleo diesel nos últimos 12 meses e dos primeiros 60 dias do fim da isenção do ICMS.

“A CMM tem o dever moral de investigar. Se ficar confirmado que essas empresas compraram diesel a mais e deram outra finalidade vão ter que ser punidas e a punição é a cassação do direito a concessão”, afirmou Marcelo Serafim.

O vereador Coronel Gilvandro (PTC) também foi favorável à perda de concessão das empresas, caso fique comprovado alguma atividade ilícita. “A denúncia da possível aquisição a mais do combustível será pleiteado em uma rigorosa investigação. Torço para que isso seja um equívoco. Se comprovado, vamos atuar”, afirmou o parlamentar.

O líder do governo na casa, vereador Marcel Alexandre (PMDB), disse que vai aguardar as provas para dar um posicionamento sobre o tema. “Não podemos colocar peso sobre boatos, tem que ter provas. O ônus da prova é de quem fez a denúncia. Vou examinar o requerimento, porque a lei veda qualquer movimentação que abre sigilo fiscal, tem que haver uma investigação de fato”, afirmou.

O presidente da casa, Wilker Barreto (PHS), afirmou que o requerimento será apreciado. “Nós precisamos verificar a procedência e se isso for verdade é grave. O requerimento chegando à Mesa Diretora vamos apreciá-lo sem nenhum problema”.

Requerimento

O vereador Plínio Valério protolocou uma representação no Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) solicitando a apuração de atos ilícitos das empresas de ônibus, que devem repassar prestação de contas à Câmara.

CMM blinda dívida de empresas

Em meio ao debate sobre o transporte coletivo de Manaus, a CMM derrubou, ontem,  requerimento que solicitava informações sobre as dívidas das empresas  que atuam na capital junto à prefeitura. A solicitação foi de autoria do vereador Chico Preto (PMN).

Votaram a favor do requerimento o vereador Chico Preto (PMN), Joana D’Arc (PR), Plínio Valério (PSDB) e William Abreu (PMN).

O líder do governo na casa, Marcel Alexandre (PMDB), votou contra o requerimento alegando que o Código Tributário Nacional, lei 5.172, artigo 198, veda a divulgação. “Trata-se de sigilo tributário. Essa casa não pode encaminhar um pedido que fere um princípio legal. Temos que respeitar a lei”, afirmou o parlamentar.

O vereador Chico Preto defendeu o projeto, dizendo que a questão se trata de uma concessão pública. “Se o poder fiscalizador, que é a CMM, não puder ter acesso a uma dívida de uma concessionária pública, a CMM perde um pouco da sua razão de existir. A dívida não é compensada, não se faz um encontro de contas”, protestou.

O vereador Plínio Valério (PSDB) defendeu o conhecimento sobre a dívida das empresas do transporte coletivo. “Querem apenas que divulgue a dívida das empresas. Não vejo porque impedir para que a população tome o conhecimento. Não podemos nos cercear de tanta coisa”.

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