Porto Velho, RO – O projeto de iluminação fotovoltaica que deverá ser implantado na ponte do rio Madeira foi entregue, ontem, na sede do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), em Brasília, para análise de técnicos que vão aferir a necessidade de adaptação, informou Fabiano Cunha, superintendente regional do Dnit, nos estados de Rondônia e Acre.
Segundo o superintendente, na sede do Dnit há uma equipe que faz a análise dos projetos que entraram como doações, como neste caso, para verificar se há necessidade de adaptação quanto às normativas do órgão. O superintendente acredita que essa análise pode ser feita até o mês de janeiro de 2015, quando deve ser apresentado na praça de Rondônia para abrir o processo de licitação. De acordo com o superintendente, a expectativa é de que a execução da obra seja em seis meses, ou seja, pelo menos no primeiro semestre de 2015, a ponte continuará no escuro. “Se tudo correr bem, ano que vem o projeto será licitado, contratado e entregue à população”, disse Fabiano.
Durante o evento de entrega do projeto, pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia (Fecomércio), esta semana, Fabiano Cunha lembrou da existência de um grave problema que chamou de ‘deficit’: – o fato de não ter sido incluída a iluminação, no projeto inicial de construção da ponte. “Importante essa união do poder público com a iniciativa privada, principalmente em setores como a infraestrutura. As parcerias visam à melhoria na qualidade de vida da população”, elogiou. De acordo com ele, se o Dnit tivesse que elaborar o projeto, semelhante ao que foi doado pela Fecomércio, sua tramitação levaria, em média, um ano. “Seria mais um ano de prejuízo à sociedade”.
Quase um quilômetro no escuro
A ponte construída no rio Madeira foi entregue à população no mês de setembro, após quatro anos de construção, mas apresenta o problema da falta de iluminação, o que oferece riscos aos moradores, principalmente os que cumprem o percurso a pé durante a noite. Jeferson Oliveira, gerenciador de rede de Tecnologia da Informação reside na margem esquerda do rio Madeira e é um dos moradores que eventualmente se arrisca a percorrer os quase um quilômetro sobre a ponte, em completa escuridão. “Eu particularmente nunca foi assaltado porque sou conhecido na região, mas ouço muitas histórias de assalto, os ladrões levam principalmente dinheiro e celular”, conta. “Acho que a ponte deveria ser iluminada o mais rápido possível. No final dela, tem um trecho, na margem esquerda, que precisamos fazer a pé, que também é muito perigoso”, ressalta.
O Projeto foi doado pela fecomércio/RO
A Fecomércio entregou, nesta terça-feira, 25, o projeto de iluminação fotovoltaica da ponte do rio Madeira para o Dnit para que a entidade possa acelerar o processo de licitação para sua execução. Em nota, a Fecomércio informa que a iniciativa tem interesse comercial efetivo e que a ligação entre Porto Velho e Humaitá, no Amazonas, é de suma importância para a segurança de todos que transitam no período noturno por necessidade, como é o caso das pessoas que estudam ou chegam de viagem no final da tarde, incluindo, os transportes de cargas locais e interestaduais.
Energia por 72 horas
O projeto de iluminação da ponte utiliza energia fotovoltaica, limpa, sustentável e que se destaca por estar na vanguarda das ações de responsabilidade ambiental. Registra crescimento nos países desenvolvidos em razão de suas vantagens, inclusive de custos, tendo em vista que utiliza lâmpadas de LED e energia produzida em módulos solares, compostos de células de silício cristalino e armazenada em baterias estacionárias com capacidade para fornecer energia por 72 horas a cada dez horas de captação. A vida útil dos painéis, de vinte anos, é tida como outra vantagem do sistema, que tem custo de manutenção próximo de zero, o que aliado as vantagens ambientais, torna esta opção mais recomendável que a iluminação tradicional. O projeto tem ainda a vantagem de ter um “efeito demonstração” por virar uma vitrine das vantagens da energia solar.
Raniery Coelho, presidente da Fecomércio afirmou que a doação do projeto se prende ao desejo de colaborar para que a iluminação da ponte seja feita o mais rápido possível. “Nos sentimos na obrigação de contribuir, se tivéssemos que esperar as vias normais, a iluminação seria implantada em muito mais tempo. Assim, aceleramos a execução e dotamos a ponte de energia solar, que é uma forma alternativa de energia que merece ser estimulada e deveria ter financiamento público em nosso país”, defende.
Ele ressaltou a viabilidade econômica que o projeto proporcionará ao utilizar energia solar e que este é o primeiro, mas que torce para implementação de vários projetos semelhantes.
Fonte: Mineia Capistrano – Diário da Amazônia
