Rio Branco: Fotógrafo Osmir Lima Neto é preso por estupro

“Nunca vou ser preso porque tenho glamour” era uma frase sempre dita com frequência pelo editor da revista Chique às adolescentes que ludibriava prometendo fama com a carreira de modelo.

A Polícia Civil deflagrou a Operação Glamour. O trabalho de investigação, que durou três anos, prendeu Osmir D’Albu-querque Lima Neto. Ele é acusado de três crimes: estupro; estupro de vulnerável e violação sexual mediante fraude.

Nos três anos de investigação, 19 meninas foram violentadas, de alguma forma, pelo editor da revista Chique. Duas, das 19 meninas, eram crianças. Tinham apenas 13 anos. Foram estupradas por Osmir D’Albu-querque, segundo apontam as investigações da polícia.

“Nós já avisamos e estamos mostrando na prática: não vamos tolerar prática criminosa envolvendo crianças e adolescentes”, disse o secretário de Estado de Polícia Civil, Emylson Farias.

As investigações foram conduzidas pelos delegados Getúlio Teixeira e Helenice Frez, do Núcleo de Atendimento à Criança e Adolescente. Laudos médicos, laudos periciais e psicológicos foram realizados com todas as adolescentes. Até agora, 36 pessoas foram ouvidas. A partir de hoje, outras 50 pessoas devem colaborar com as oitivas. A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito.

Todas as declarações foram ajuizadas. As mães e pais que acompanharam as adolescentes no depoimento em juí-zo, de acordo com alguns policiais, estavam revoltados com a postura do falso agenciador de modelos.

“Agora, isso deve incitar os pais que deixaram suas filhas a trabalhar nessa agência que fortaleçam as denúncias”, disse a delegada do Nucria, Helenie Frez.

“Ele trabalhava com o sonho dessas meninas de se tornarem famosas com a carreira de modelo”, frisou o delegado Getúlio Teixeira, outra importante pessoa que participou das investigações. “Em quase todas as situações, ele pedia para a moça se despir para verificar se ela tinha estrias”.

Após fazer as garotas tirarem a roupa, Osmir D’Albu-querque Lima Neto falava que deveria “passar um creme para melhorar a luz”. Nessas massagens, tinha-se a iniciação da violação do corpo da adolescente. Havia casos em que ele se masturbava ao passar o óleo no corpo da adolescente.

A Glamour é um desdobramento da Operação Delivery, que desbaratou rede de favorecimento de prostituição envolvendo adolescentes e mulheres maiores de 18 anos. D’Albuquerque não pertencia à rede de aliciadores, mas cometeu abusos que chocam pelas características como operava.

As meninas eram envolvidas em um ambiente fantasioso criado pelo editor da revista Chique. A revista servia como uma espécie de catálogo de adolescentes. “Era uma espécie de menu”, frisa uma fonte ligada ao Judiciário.

Quatro preservativos usados foram encontrados na agência

Ao ser preso no local onde funcionava a agência, os policiais encontraram quatro preservativos usados, o que pode indicar o uso do espaço para prática sexual com as futuras modelos. Várias revistas masculinas também foram encontradas.

Além da prisão na agência, a polícia fez busca de vários materiais de informática em vídeo e fotografias. O juiz que autorizou a prisão de Osmir D’Albuquerque Lima Neto foi o juiz da 2ª Vara da Infância e Juventude, Romário Divino.

Editor de revista tem antecedentes e já cumpriu pena por pedofilia

De acordo com a polícia, Osmir Neto foi denunciado por aliciamento e exploração de menores após divulgação de fitas pornográficas que ele mesmo gravava enquanto fotografava as meninas.

Um mês após as denúncias, fugiu para os Estados Unidos e voltou ao Brasil no início de 2001, quando acabou preso em um hotel de luxo em Belém. Ficou sete anos preso no Rio de Janeiro e foi beneficiado com a progressão da pena.

(A Gazeta do Acre)

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