Relator tem até 10h desta terça para entregar resposta sobre recurso de Cunha

Osmar Serraglio, presidente da CCJ, da Câmara

 

Osmar Serraglio, presidente da CCJ, da Câmara
Osmar Serraglio, presidente da CCJ, da Câmara

Brasilia – O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados, Osmar Serraglio (PMDB-PR), informou hoje (4) que o deputado Ronaldo Fonseca (PROS-DF) terá até as 10h desta terça-feira (5) para entregar o parecer referente ao recurso apresentado pelo presidente afastados da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pedindo a anulação da tramitação do processo de cassação dele no Conselho de Ética e Decordo Parlamentar.

O prazo para que Fonseca entregasse o parecer termina nesta segunda-feira, mas, até o final da tarde, ele não tinha entregado o documento. Inicialmente, o parcer deveria ter sido finalizado na última sexta-feira (1º), mas o relator pediu mais prazo para Serraglio, alegando ter tido pouco tempo para se debruçar na elaboração do relatório.

De acordo com Serraglio, o limite para receber o parecer seria às 10h, quando findaria o prazo de 24 horas de antecedência para a publicização do documento antes da reunião do colegiado. A reunião para a leitura do relatório na CCJ já está marcada para as 10h desta quarta-feira (6).

“Se ele não conseguir concluir ainda hoje, amanhã, preciso ter o material até aproximadamente as 10h porque tenho que publicar e remeter cópia ao recorrente, o deputado Eduardo Cunha”, justificou.

Serraglio disse que recebeu um telefonema no qual Fonseca informou que estava finalizando e peça e que tinha a intenção de entregá-la ainda hoje.

Segundo Serraglio, Fonseca alegou ter aproveitado o prazo para estudar, ponto a ponto, os argumentos apresentados por Cunha à CCJ, entre os quais os relativos à garantia de ampla defesa e do contraditório. Cunha questiona na comissão a decisão do Conselho de Ética, do último dia 14, de aprovar,  por 11 votos a 9, o pedido de cassação de seu mandato.

Expectativa

O presidente da CCJ ressaltou que, diante de tal cenário, o parecer de Fonseca só deverá ser votado pela comissão no próximo dia 12. A expectativa é que um pedido de vista seja feito após a leitura do parecer, o que levaria a votação para a próxima semana. “Minha avaliação é que, no dia 12, a CCJ conclua seu trabalho, no dia 13, remeta a decisão à Mesa Diretora e tem 48 horas para colocar isso na pauta.”

Uma vez em que esteja pronto para a votação, o parecer de Fonseca precisará dos votos da maioria dos 66 integrantes da comissão para ser aprovado. O documento não tem o poder de rever o resultado da decisão do Conselho de Ética, mas pode levar à reabertura do processo no conselho, caso o relator e, consequentemente, a CCJ entendam que houve algum problema na tramitação.

Em entrevista coletiva, Serraglio foi questionado sobre o agendamento da reunião para quarta-feira em vez de ter antecipado para a terça. Ele justificou a decisão dizendo que a data não influiria na tramitação do processo.

Serraglio destacou não ter levado em consideração o esforço concentrado convocado pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA). “Como poderia imaginar que o presidente marcaria uma reunião para segunda-feira? Eu fui surpreendido com a convocação para hoje. Isso não existia na minha agenda. Todo o meu raciocínio foi construído em cima da inexistência da [sessão de] segunda-feira.”

Diante da possibilidade de que as votações na Câmara sejam interrompidas por causa do recesso, a extensão de prazos põe em risco a possibilidade de votar a cassação de Cunha ainda em julho. Serraglio disse que existem questões de ordem respondidas indicando que o recesso não interrompe questões do Conselho de Ética, como é o caso de Cunha. Ele reconheceu o risco de que não haja quórum para deliberação. “Diante desse cenário de instabilidade, com presença e ausência de deputados eu, no que for possível ser produtivo, eu estou pautando, fazendo acontecer.”

Amazonianarde-Agencia Brasil

 

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