S. Gabriel da Cachoeira, AM – O sentimento de Almerinda Ramos, coordenadora da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro, é compartilhado pelos que acompanham e tentam mudar a realidade dos povos Hupd’äh e Yuhupdëh, na cidade de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Batalham para que esses índios sejam reconhecidos como gente.
No entanto, a peleja em buscar documentos de cidadania para cada membro da família, transforma esses indígenas em acampados miseráveis. São discriminados e trapaceados pela inocência. Na opinião de Domingos Sávio, coordenador da Funai, a cidade de São Gabriel é terra sem Lei.
Para Domingos, é necessário que diversos órgãos públicos assumam responsabilidades para mudar a vida desses indígenas. Após audiência realizada em março deste ano, o Ministério Público Federal fez diversas recomendações a órgãos públicos. Mas, segundo o procurador Fernando Merloto, quase nada foi cumprido.
Alguns indígenas Hupd’äh já chegaram a elaborar um documento com problemas e as possíveis soluções para as diversas demandas. Eles falam sobre a criação de uma Associação dos Povos Hupd’äh e Yuhupdëh que possa atuar em nome dos indígenas, também falam sobre aquisição de um barco pela associação, que atendimentos em saúde sejam feitos por métodos de índios e não-índios, construção de escola na área indígena, entre outros.
Em artigo publicado na revista de direitos humanos “Aracê”, no início deste ano, diversos antropólogos sugerem que a medida mais urgente para a situação é fomentar grupos de trabalho interinstitucionais para discutir as dimensões dos problemas vividos pelos indígenas e as práticas de instituições como a FUNAI, MPF, e Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
Amazonianarede-EBC