Manaus – Na tarde desta quarta-feira (28) o Delegado Paulo Martins, Titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) falou durante coletiva de imprensa realizada na sede da unidade policial, sobre a ação realizada em conjunto com policiais do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO), que resultou na prisão de Messias Maia Sodré, 30, investigado por envolvimento no homicídio do Delegado de Polícia Oscar Cardoso Filho, ocorrido no dia 9 de março deste ano, no bairro São Francisco, Zona Sul de Manaus, onde a vítima morava.
A prisão de Messias foi realizada em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido no dia 8 de maio deste ano pelo juiz Anésio Rocha Pinheiro, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, e faz parte das investigações que levaram à deflagração da operação “Hórus”, no dia 18 de março deste ano.
Messias foi encontrado no último domingo (25), na residência do primo dele, localizada no bairro Parada Inglesa, no distrito de Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo. A ação contou ainda com o apoio dos Policiais Civis do Departamento Estadual de Investigação Criminal (DEIC), por meio de integrantes do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (GARRA) daquele estado.
O Delegado Paulo Martins revelou detalhes das investigações que ajudaram a desvendar o crime. “O assassinato do Delegado Oscar está devidamente esclarecido. Nós já sabemos a participação de cada envolvido e as prisões estão acontecendo gradativamente. A partir da prisão do “Mário Tabatinga” e com base no depoimento dele, investigamos e agora estamos prendendo os verdadeiros executores do Delegado Oscar Cardoso. Messias dirigiu o carro que foi utilizado no delito, um Grand Siena branco, que após o crime foi incendiado. Testemunhas afirmam que o motorista desceu do carro e também atirou na vítima”, frisou.
O cunhado de Messias, Diego Bruno de Souza Moldes, 26, também tem participação no crime. Ele que está preso na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa e foi levado na tarde de hoje à sede da Especializada, onde foi ouvido. Ao término das oitivas, ele irá retornar à unidade prisional.
“Apesar de já estar preso por tráfico de drogas, Diego foi um dos participantes do crime. Ele e outro, que ainda não temos a identificação, estavam em outro carro dando apoio logístico durante toda a ação criminosa. Antes do fato, Diego levou os executores para irem pegar o Grand Siena, utilizado na ação, com “Mário Tabatinga”, e depois do fato, ele ajudou na fuga dos executores do crime”, explicou Paulo Martins.
Na ocasião, a autoridade policial ressaltou quem foi o mandante e a motivação do crime. “O mandante é o João Pinto Carioca, conhecido como “João Branco”, que continua foragido. Desde o início das investigações já tínhamos informações que o motivo da execução do delegado foi por Carioca achar que a vítima teria participação em um crime em que a mulher do traficante teria sido vítima de extorsão e estupro. Nós sabemos que o delegado Oscar não teve participação nesse crime. “João Branco”, imbuído de raiva, contratou os participantes do homicídio, que foram até o local e cometeram esse crime bárbaro”, destacou.
Conforme o Titular da DEHS, Mário Jorge Nobre Albuquerque, 45, conhecido como “Mário Tabatinga”, que está preso desde o último dia 27 de março, se reuniu com “João Branco” dias antes do crime e cuidou de toda a logística da ação.
De acordo com Paulo Martins, outras duas pessoas que também estavam envolvidas na morte do Delegado Oscar foram encontradas mortas este mês. São elas: Marcos Sampaio de Oliveira, 34, o “Marquinho Eletricista”, executado no dia 9 de abril deste ano, na avenida Torquato Tapajós, bairro Santa Etelvina, Zona Norte; e Adriano Freire Corrêa, 24, o “Maresia”, encontrado morto no ramal do Chico Mendes, bairro Puraquequara, Zona Leste da capital.
Desde o desencadeamento da operação nove pessoas foram presas. Segue à disposição da Polícia Civil Ronairon, “Mário Tabatinga” e Messias para a realização dos procedimentos cabíveis. Ao término dos trâmites legais, eles serão encaminhados ao sistema prisional, onde ficarão à disposição da Justiça.
O Delegado Paulo Martins solicita a colaboração da população para localizar “João Branco” e “Marcos Pará”. Quem tiver informações sobre a localização dos dois, entrar em contato com a DEHS pelo número de telefone da Especializada: (92) 3681-5791, ou pelo disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM), 181. A Polícia Civil assegura o sigilo da identidade dos informantes.
“As investigações irão continuar para tentar localizar “João Branco” e Marcos Roberto Miranda da Silva, 27, o “Marcos Pará”, para que possamos fechar esse caso, definitivamente. As primeiras prisões temporárias foram fundamentais e devidamente necessárias nas investigações para chegarmos aos executores do crime”, declarou Paulo Martins.
Operação “Hórus”
A Polícia Civil do Amazonas deflagrou no dia 18 de março deste ano a operação “Hórus” em combate ao crime organizado, homicídios e tráfico de drogas na capital. Na ocasião foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e dez mandados de busca e apreensão.
Durante coletiva de imprensa realizada naquele dia, na sede da Delegacia Geral, no bairro Dom Pedro, Zona Centro-Oeste, o Delegado Geral de Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, explicou como as diligências foram iniciadas.
“A investigação que resultou na operação teve início logo após a morte do Delegado Oscar Cardoso Filho, ainda no domingo, dia 9 de março deste ano. A Polícia Civil começou imediatamente as buscas pelos autores do homicídio, que chocou a população e enlutou a categoria pela audácia dos infratores”, declarou.
Josué Rocha ressaltou ainda a abrangência da organização criminosa. “Além das pessoas presas hoje estamos no encalço de outras que possuem participação direta ou indireta na morte do Delegado Oscar Cardoso Filho. É um grupo organizado, que tem vários tentáculos não só em homicídios, mas também com tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes”, frisou o Delegado Geral na ocasião.
Fonte: Ascom