Polícia Civil indiciará ex-diretora de UBS por crime de prevaricação

(Foto: Ascom)

Manaus – A Polícia Civil do Amazonas, por meio do Delegado Plantonista do 3° Distrito Integrado de Polícia (DIP), Guilherme Antoniazzi, informou na manhã desta sexta-feira (24), durante coletiva de imprensa na unidade policial, que a ex-diretora da UBS Lourenço Borghi, Cândida Lima, 48, será indiciada por prevaricação (Artigo 319 do Código Penal Brasileiro), mas que irá responder pelo crime em liberdade.

Cândida é ex-diretora da unidade de Saúde onde trabalhava o enfermeiro Ronaldo Augusto Ferreira de Souza, 42, preso no último dia 14 de janeiro após ser denunciado por molestar e estuprar pacientes. De acordo com o Delegado Guilherme Antoniazzi, 14 vítimas já compareceram ao 3°DIP, mas somente dez delas formalizaram as denúncias contra Ronaldo, funcionário da UBS no bairro Japiinlândia há mais de dez anos.

“O enfermeiro não permitia que as pacientes entrassem na sala de exames acompanhadas. Ele pedia que elas tirassem as roupas e depois utilizava uma substância que dopava as vítimas. Em seguida ele introduzia o dedo nas partes íntimas delas, as acariciava e ainda as beijavas no pescoço”, declarou o Delegado Guilherme Antoniazzi.

A primeira vítima a formalizar denúncia contra Ronaldo foi uma adolescente de 14 anos, fato ocorrido no final de novembro do ano passado. Na ocasião, a mãe da garota lembra que achou estranho o comportamento da filha ao deixar a sala de exames. Somente no dia seguinte a menina falou para a mãe o que realmente havia acontecido no consultório médico. No dia seguinte eles procuraram o 3° DIP para registrar Boletim de Ocorrência (BO).

“A segunda vítima a denunciar o enfermeiro, uma mulher de 20 anos, formalizou a ocorrência em dezembro de 2013.

Depois disso, a imprensa ficou sabendo do caso e divulgou a foto do homem. Após a divulgação da imagem dele, outras vítimas o reconheceram e criaram coragem para denunciar os abusos”, explicou Antoniazzi.

Uma das vítimas, que preferiu não ter o nome revelado, disse que informou à Cândida, então diretora da Unidade Básica de Saúde (UBS) Lourenço Borghi, sobre a conduta do profissional. Segundo a paciente, o enfermeiro teria alegado que a mulher havia se equivocado, que tinha apenas a ajudado depois dela tropeçar e quase cair durante procedimento.

A partir dos depoimentos das vítimas, agora cabe ao Poder Judiciário decidir se mantém Ronaldo preso ou não. Além de estupro, Ronaldo ainda pode ser indiciado por exercício irregular da profissão (Artigo 47 da Lei nº 3688/41), já que o homem realizava exames ginecológicos. Ele está preso no Centro de Detenção Provisória de Manaus, localizado no quilômetro 8 da rodovia federal BR-174, onde aguarda decisão da Justiça.

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