Polícia Civil busca alternativas para combater criminalidade no Estado do AM

(Fotos: Ascom)

Manaus – O dia 30 de janeiro foi proclamado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia da Não-Violência em homenagem ao pacifista Mahatma Gandhi, morto neste dia no ano de 1948.

No Amazonas, a Polícia Civil tem atuado em projetos voltados à educação e orientação de crianças e adolescentes a fim de prevenir e combater o tráfico de entorpecentes, que está diretamente relacionado à grande maioria dos crimes que acontecem no País.

Para o Delegado Geral de Polícia Civil do Amazonas, Josué Rocha, a instituição também tem um papel preventivo e, por meio de projetos sociais, como o “Delegado Legal”, “Pró-Vida” e “Ferinhas do Jiu-Jitsu”, atuam na conscientização e prevenção, principalmente contra o uso de drogas. “Ao abordarmos o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Estatuto do Idoso e a Lei Maria da Penha, mostramos um pouco das consequências e reforçamos a prevenção. Esses projetos nos ajudam a evitar que tenhamos problemas maiores no futuro”, enfatizou.

O Delegado Geral Adjunto, Mário Aufiero, destaca como esses projetos são importantes para combater a violência. “A prevenção da violência só acontece por meio da educação e conhecimento, e esses programas que nós temos são essenciais, pois visam mostrar às crianças e à comunidade as consequências de ordem pessoal e social provocadas pelo uso de drogas. A prática de atividades esportivas também é uma importante aliada no combate à criminalidade”, ressaltou.

No caso da violência sofrida pelo público feminino, a Delegada Kethleen Gama, Titular da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM), ressalta que em 2013 a procura pelos serviços oferecidos pela unidade cresceu. “Não é que a violência tenha aumentado, mas as mulheres perceberam que podem confiar na polícia e não correm risco ao denunciar o agressor e relatarem a agressão sofrida. Essa credibilidade adquirida por nós ajuda a inibir a ação dos agressores e combater a violência doméstica”, declara.

Delegado Legal

Criado em 2010, o programa “Delegado Legal” chegou em 2013 na terceira edição. Neste período, mais de 120 escolas foram contempladas com palestras para aproximadamente oito mil alunos da rede pública de ensino. Inicialmente o programa era um projeto da Associação dos Delegados de Polícia do Amazonas (Adepol-AM) e em 2012 ganhou uma grande parceira, a Polícia Civil do Amazonas.

Sob coordenação dos Delegados Mário Aufiero, Linda Gláucia Moraes, Márcia Araújo, Sandro Sarkis e Suely Costa, o programa tem alcançado cada vez mais a comunidade, por meio de palestras informativas nas escolas da rede pública de ensino, levando temas relacionados à segurança, consequências do uso de drogas, violência infantil, bullying, dentre outros, que fazem parte do cotidiano dessas crianças e adolescentes.

O programa foi criado com o objetivo de diminuir a criminalidade na cidade a partir da conscientização desde a infância, orientando sempre de forma preventiva com o intuito de obter um resultado positivo no futuro.

“Essa aproximação da Polícia Civil com a comunidade que o projeto proporciona é vital para o combate ao crime. Muitas crianças e adolescentes convivem com essa realidade e acham que é normal, mas a partir dessas informações que esses estudantes recebem durante as palestras percebem que precisam se afastar de tudo isso”, afirma a Delegada Suely Costa, Titular da Seccional Oeste.

Pró-Vida

O investigador de Polícia de Classe Especial, Renato Elias, é o idealizador do Programa de Prevenção, Respeito, Orientação, Vida, Independência, Dignidade e Amor (Pró-Vida), desenvolvido pela Polícia Civil, e que em 2013 completou 15 anos de atividades de caráter educativo e preventivo do uso de drogas, atuando em escolas, igrejas, comunidades e empresas, abordando também o alcoolismo, tabagismo e violência contra a mulher e ao idoso.

Renato relata um dos casos que o comoveu nesses anos à frente do projeto. “Um amigo meu de infância que hoje é um advogado bem-sucedido, estava afogado nas drogas. Ele costumava comprar a droga para consumir em quartos de hotéis.

Em uma dessas ocasiões ele deixou a TV ligada e enquanto preparava a droga para consumo, me viu em uma entrevista sobre o projeto, me reconheceu e veio me pedir ajuda. Demos todo o suporte que podíamos e ele conseguiu se reerguer. Como agradecimento ele dava testemunhos em palestras que fazíamos. Todos que assistiam ficavam emocionados”, frisou.

O investigador conta com a ajuda de uma psicóloga voluntária que fala dos aspectos psicológicos do usuário e de quem o cerca. Para receber uma das palestras, o interessado precisa fazer um ofício solicitando a visita no local de interesse e encaminhar à Delegacia Geral de Polícia Civil, na avenida Pedro Teixeira, nº 180, bairro Dom Pedro.

Ferinhas do Jiu-Jitsu

Em fevereiro deste ano o projeto “Ferinhas do Jiu-Jitsu”, idealizado e executado pelo investigador do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (FERA) Melquisedeque Galvão, completa três anos de atividades. Começou num espaço alugado, onde ensinava a modalidade para aproximadamente 20 crianças.

Atualmente o projeto atende 150 pessoas, com idades entre 4 a 17 anos. Além de Jiu-Jitsu, carro-chefe do projeto, são oferecidas as seguintes modalidades no lugar: Judô, Muay Thai e Kung Fu. Recentemente o projeto “Ferinhas do Jiu-Jitsu” passou a ser chamado de “Nandinho”, em homenagem a Fernando de Araújo Correia Filho, um dos alunos do projeto, que faleceu em 2012 aos 17 anos. Hoje os pais do menino contribuem cedendo um espaço da casa deles para que outras crianças façam parte da iniciativa.

Para o autônomo Fernando Correia, 50, pai de “Nandinho”, contribuir com o projeto é uma forma dos familiares superarem a ausência do adolescente. “Nosso filho adorava as aulas de Jiu-Jitsu e resolvemos ceder esse espaço para que outras crianças e adolescentes pudessem ter acesso ao projeto. Ainda temos o Anderson, que tem 23 anos, e tem nos ajudado bastante”, declarou.

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