Rio – Conselho de Administração da Petrobras se reúne hoje e pode definir aumento para novembro. Será a segunda medida impopular do governo depois das eleições.
Depois do aumento dos juros decidido pelo Banco Central (BC), a próxima medida dura do governo deverá envolver o preço dos combustíveis. As expectativas do mercado são de que o Conselho de Administração da Petrobras decida hoje, durante reunião, pelo aumento de 4% a 5%, em novembro. O último foi em igual mês, em 2013, de 4% para gasolina e 8% para o diesel. Caso isso se confirme, será a segunda medida impopular do governo dias após o resultado do segundo turno da eleição presidencial. “Se isso ocorrer, indicará maior comprometimento do governo com a normalização dos preços administrados”, avaliou o economista-chefe da INVX Global Partners, Eduardo Velho. Ontem, os comentários de consumidores nas rede sociais eram de que a gasolina chegará a R$ 3,50 em Brasília.
Para o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, mais importante do que alterar os preços é o governo “apontar para uma política clara de reajustes”, que impeça que os valores voltem a ficar defasados. Ele também espera por uma alta de preços hoje, mas acha que a tendência mais forte é de que, em vez de direcionar a elevação da receita à estatal, o governo opte por ressuscitar a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
“Isso reforçaria o caixa do Tesouro, o que seria bem-vindo no atual quadro fiscal”, explicou. Os municípios, que também recebem parte do montante arrecadado, podem ampliar os investimentos em transporte coletivo, algo que vai ao encontro das exigências das ruas nas manifestações do ano passado. A Cide é um tributo que começou a ser progressivamente reduzido em janeiro de 2003, quando acrescentava R$ 0,28 ao litro da gasolina, até ser zerado junho de 2012.
Os preços do petróleo no mercado internacional baixaram neste mês e agora estão em linha com o mercado brasileiro. Por isso, Pires não vê mais razão, do ponto de vista da Petrobras, para mudar o que se cobra nas refinarias. De janeiro a outubro, quando os valores estavam desfasados, a estatal acumulou prejuízos. Mas, para zerar a conta seria necessária uma alta de 20% no preço da gasolina. “Não se pode contar com isso porque o efeito inflacionário seria muito alto”, sentenciou.
Fonte: Correio Web