Pará tem quase 14 mil homicídios em 3 anos e meio

31-08paraBelém, PA – Ainda alvo de manifestações de indignação pela forma brutal como aconteceu, a morte da empresária Márcia Arruda Godinho durante um assalto na última segunda-feira é mais um alerta para a situação alarmante que já vem sendo vivenciada no Pará há bastante tempo.

Oficiais, os dados registrados pelo Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp) assustam ao apontar que o Estado já acumula mais de 13 mil homicídios e 574 latrocínios no período de apenas três anos e meio.

Com o total de 13.918 mortes violentas, somados homicídios e latrocínios, é possível identificar que o Pará registrou mais mortes violentas neste período do que em anos de conflito no Afeganistão. Segundo reportagem do jornal “O Estado de São Paulo”, mais de 13 mil civis e militares perderam a vida no país no período de dez anos, enquanto no Pará quase 14 mil foram mortos de janeiro de 2011 a agosto de 2014.

Críticos do sistema de segurança pública aplicado hoje já há bastante tempo, o Sindicato dos Servidores Públicos da Polícia Civil do Pará (Sindpol) – através do qual o DIÁRIO teve acesso ao relatório – acredita que esse cenário só deve mudar quando a situação for vista com prioridade pelo governo. “Sempre falamos que essa política de segurança pública aplicada hoje é falida. É uma política arcaica e que não traz resultados para a população”, destaca o presidente do sindicato, Rubens Teixeira. “A questão deveria ser vista como de urgência. Antes era difícil acontecer invasões a delegacias, hoje é comum. O bandido não teme mais nada e nós estamos à mercê também”.

Ainda com base no relatório de registros de ocorrências policiais, os oito primeiros meses de 2014 também foram mais violentos do que o mesmo período do ano passado. De janeiro a agosto de 2013 foram registrados 2.479 homicídios, enquanto em 2014 os números chegaram a 2.500. Obedecendo à mesma lógica, não se percebe redução nos casos de homicídios registrados desde 2012.

“Devido essa violência que já está sem controle, a população não confia mais no Estado. Como confiar num sistema que não dá segurança nem pros próprios policiais?”, questiona Rubens Teixeira.

MORTE VIRA ESTATÍSTICA

A empresária Márcia Arruda Godinho foi morta durante um assalto ocorrido na última segunda-feira (25) no posto de gasolina do qual era proprietária junto com o marido Alberto Arruda Filho. Segundo informações, o casal estava saindo do posto em uma caminhonete quando foram abordados pelos assaltantes que efetuaram cinco disparos. A empresária foi atingida por três tiros e morreu antes de chegar ao hospital. Já o marido, que também foi baleado, segue internado em um hospital particular. Apenas um dos cinco acusados do crime foi preso pela polícia até o fechamento desta edição. Um dos principais suspeitos, conhecido como “Cara de Porco”, simplesmente respondia por outros crimes e estava solto nas ruas beneficiado por um indulto.

Fonte: DOL

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