Painel organizado por estudantes aprofunda discussão sobre saúde na fronteira

01-11saudeRio Branco, AC – Os desafios e oportunidades de atuar na área de saúde na fronteira foram discutidos do Painel Saúde na Fronteira, promovido pelos alunos do 6º período de Medicina da Universidade Federal do Acre.

O evento ocorreu nesta sexta-feira, 31, no auditório do Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM/AC).

Os assuntos envolviam a fronteira, mas pontuavam diferentes questões: a desigualdade na distribuição de médicos em áreas rurais e urbanas, o aumento de estudantes brasileiros cursando Medicina no exterior, atendimento nas aldeias indígenas, a atual epidemia do vírus ebola e a imigração de estrangeiros caribenhos e africanos para o Brasil.

“A fronteira separa geograficamente, mas não é capaz de fazer o mesmo com as populações indígenas”, diz a enfermeira Adriana Nascimento das Neves, da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai).

De acordo com a enfermeira, justamente por não viverem de acordo com as fronteiras geográficas, essas populações têm sido ameaçadas pelo comércio ilegal de madeira e tráfico de drogas, principalmente do lado peruano da fronteira.

A médica e doutora em epidemologia de doenças infecciosa, Cirley Lobato, falou sobre o vírus ebola e como a questão atualmente é tratada de forma sensacionalista. “O público em geral não está em alto risco de infecção e a orientação a respeito das formas de transmissão é importante para não gerar pânico”.

O estudante do oitavo período de Medicina, Dyemison Pinheiro, afirma que o evento é uma oportunidade única para abordar assuntos que não são debatidos na sala de aula.

“Abordar temas como o ebola, que está bem alta, nos trazem informação e até mesmo o conforto de saber que possivelmente o vírus não chegue aqui”.

O estudante destaca como esclarecedor o painel ministrado pela professora da Ufac, Letícia Mamed, que falou sobre “Os desafios da imigração haitiana no Brasil”.

Na oportunidade, a professora aprofundou o assunto com dados e relatos a respeito do fluxo e permanência de imigrantes no país, e a integração desses estrangeiros no espaço brasileiro.

“Gostei muito da palestra. Às vezes, a gente olha um assunto muito por cima, mas há muita coisa por trás, o que está exposto é só a ponta do iceberg”.

Por: Anaís Cordeiro – Pág20

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