Caberá aos otore e atrizes que atuam na Opera A ópera Adriana Lecouvreur, que será apresentada pela primeira vez em Manaus no XIX Festival Amazonas de Ópera, o privilégio de encerrar a programação do evento na capital. A apresentação será realizada no Teatro Amazonas, Centro de Manaus, nos dias 27, 29 e 31 de maio.
Composta pelo italiano Francesco Cilèa e com libreto de Arturo Colautti, a obra retrata a vida de uma das mais famosas atrizes da Comédia Francesa: Adrienne Lecouvreur, que viveu entre 1692 e 1730. Apaixonada por Maurizio, Conde da Saxônia, Adriana é invejada pela Princesa de Bouillon, que se vinga de Maurizio e Adriana, matando-a com um buquê de violetas envenenadas enviadas por ela.
Dividida em quatro atos, a ópera estreou pela primeira vez em Milão, na Itália, em 6 de novembro de 1902. Encenada no Brasil pela última vez em 1964, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a montagem é realizada em parceria com o Theatro São Pedro, de São Paulo, e será executada pela Amazonas Filarmônica e Coral do Amazonas, com solos de Daniella Carvalho, Denise de Freitas, Juremir Vieira, Johnny França, Gustavo Lassen, Daniel Umbelino, Carol Martins, Thalita Azevedo, Fabiano Cardoso, Rafael Lima e Joubert Coelho, sob a regência e direção musical de Luiz Fernando Malheiro.
Daniella Carvalho, Denise de Freitas e Juremir Vieira interpretam Adriana, a Princesa e Maurizio, respectivamente, na ópera que conta com a direção cênica de André Heller-Lopes e remontagem de Edison Vigil, cenários de Renato Theobaldo, figurinos de Fábio Namatame e iluminação de Fábio Retti.
O regente titular da Amazonas Filarmônica e diretor artístico do XIX Festival Amazonas de Ópera, Luiz Fernando Malheiro, destaca que a parceria entre as duas instituições é singular, já que o trabalho entre as duas casas de espetáculos de estados diferentes é extremamente difícil de se realizar.
“Sempre existem vários fatores que dificultam a parceria entre as instituições culturais de diferentes lugares. No Brasil, a parceria entre Manaus e São Paulo será a primeira do tipo. É uma porta importantíssima que se abre para futuras parcerias e colaborações culturais”.
A peça
Adriana Lecouvreur foi composta em um período especial da música erudita. Entre o final do século XIX e o início do XX, a Europa fervilhava com novos estilos de fazer música. “Durante esse período, havia na Itália um grupo chamado
Os Descabelados, que admirava a ópera alemã, principalmente Richard Wagner. Carlos Gomes fazia parte desse grupo, influenciando principalmente a ópera italiana no século XX”, explica o maestro.
“Cilèa foi muito influenciado por Carlos Gomes nesse período, que é comumente chamado de ‘verismo’, onde a vida real é mais importante que as obras míticas. É o caso de Cavalleria Rusticana, de Pietro Mascagni, uma das obras que já apresentamos no Festival de Ópera. É nesse período que surge Adriana Lecouvreur, trazendo a história real da atriz francesa, marcando a história da música italiana”, observa Malheiro.
Para o maestro, a escolha da soprano Daniella Carvalho para o solo principal da ópera se deve principalmente ao espírito da personagem principal, Adriana. “Daniella tem uma personalidade forte, com uma carga dramática e cênica enorme. Por causa disso, nos lembramos imediatamente dela para fazer a personagem”, afirma.
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