“O Ethos das mulheres da Floresta” mostra cotidiano de comunidades amazônicas

Livro O ethos das mulhers da floresta

Livro O ethos das mulhers da floresta

Amazonianarede – UFAM

Manaus – Organizado pela doutora em Ciências Sociais/Antropologia e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Iraildes Caldas Torres, a obra “O ethos das mulheres da Floresta” traz uma coletânea com 254 páginas, que tem como referências a preservação e o respeito ao meio ambiente que estão relacionados ao ambiente natural de homens e mulheres das comunidades Nossa Senhora de Nazaré do Barro Alto e Divino Espírito Santo do Izidoro, localizadas no município de Coari (distante a 363 quilômetros de Manaus).

A obra constitui dois artigos de doutoramento do Programa de Pós-Graduação em Sociedade e Cultura da Amazônia (PPSCA), dos alunos Solange Pereira do Nascimento e Milton Melo dos Reis Filho, que fazem parte do Grupo de Estudo, Pesquisa e Observatório Social: Gênero, Política e Poder (Gepos). A obra teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), por meio do Programa de Apoio à Publicação Científica (BIBLOS) com publicação pela Editora Valer.

Singularidade de comunidades amazônicas

Para Solange Nascimento, as duas comunidades investigadas apresentam situações singulares na obra, e o leitor mais atento encontrará elementos de particularidade expostas de uma Amazônia ainda desconhecida. Problemas sociais tais quais ocorrem nas cidades, como discussões entre casais, drogas, problemas na Escola, pedofilia, conflitos agrários, migração, poder, idosos, saúde, fazem parte desse universo intrincado de diversidades, pois são situações encontradas e que estão relacionadas a essas problemáticas.

“As pessoas trazem consigo histórias de vida e não se pode pensar a Amazônia sem falar das populações que vivem na Região”, comentou a pesquisadora.

A interação científica no processo de investigação

A doutoranda enfatizou sobre a necessidade do pesquisador ir a campo, no sentido da interação com as pessoas para a obtenção de respostas aos seus questionamentos. “É na conversa, no horário do cafezinho, durante as brincadeiras, no caminho para a roça, dentre tantos momentos singulares, que acontecem as históricas; e elas ficam mais abertas e se deixam se seduzir pela situação, pelo momento, completa a pesquisadora.

A Casa de Farinha como ambiente para discussão

O pesquisador Milton Reis Filho salientou que durante o processo da pesquisa foi observado que a Casa de Farinha aparece como um ambiente de coesão para as discussões da problemática relacionada ao trabalho. Nesse contexto, o local passa a ser um ambiente de tomada de decisão para homens e mulheres a partir da apresentação de suas dificuldades, projetando suas vidas em relação àquela produção, explica o pesquisador.

O doutorando disse que é nesse momento que as pessoas se reinventam, se recriam e repensam no contexto daquela realidade. Ele considera que a Casa de Farinha foi um dos locus da pesquisa que trata a questão especifica das relações entre elas e seus maridos.

O conhecimento tradicional, pouco conhecido na sociedade é introduzido na Academia por meio da pesquisa. O acesso traz um grande ganho, tanto para às comunidades quanto para Academia, porque mostra histórias dessas pessoas com importância política, falou o pesquisador.

A obra “O ethos das mulheres da floresta” teve lançamento no III Encontro de Estudo sobre Mulheres da Floresta: gênero, etnicidade e deslocamentos na Amazônia ocorrido de 28 a 30 de novembro, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

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