A pipa que ajudou a colorir o céu de Manaus, tem 3,45 metros e mantém tradição entre grupo de amigos em Manaus. Essa é a 9ª Copa do Mundo em que a pipa é ‘empinada’ no bairro Praça 14, na Zona Sul.
Manaus, AM – Para torcer para o Brasil na Copa do Mundo 2018 vale tudo. Tem quem pinte as ruas, suspenda bandeirolas e penture a bandeira do país pela casa. No bairro Praça 14, Zona Sul de Manaus, o “verde e amarelo” tomou conta de outro espaço: o céu. Moradores da localidade empinaram uma pipa de 3,45 metros para chamar o hexa. “Trouxe sorte”, disse um dos criadores.
A pipa gigante da Praça 14 faz parte de uma tradição que já dura 30 anos. Foi em 1982 que um grupo de seis amigos resolveu transformar a brincadeira comum nas ruas do bairro em um amuleto para trazer sorte para seleção brasileira nos mundiais de futebol.
O funcionário público Marlon Lopes, de 54 anos, disse que o primeiro “papagaio” – como é tradicionalmente chamado o brinquedo no Amazonas – tinha 1,5 metros de altura.
“Fomos evoluindo para dois metros, com bambu fino e depois a brincadeira chegou a 3,45 metros por 2 metros de largura”, afirmou.
A ideia de criar a pipa gigante foi do Luis César da Silva, de 54 anos. Ele contou que tinha apenas 12 quando pensou na possibilidade. O que na época era um pensamento de criança, hoje traz alegria para os moradores do bairro manauara há nove Copas do Mundo.
Os amigos disseram que não foi possível empinar a pipa nos primeiros jogos do Brasil. Nesta quarta-feira (27) no intervalo do jogo contra a Sérvia, a pipa levantou voo e, segundo os moradores, foi ela a responsável pelo segundo gol da seleção, que garantiu a ida para a segunda rodada.
Mas como uma pipa desse tamanho consegue voar? A resposta para a pergunta é um segredo e também motivo de orgulho para Marlon Lopes. Segundo ele, a “mágica” está nos materiais usados para confeccionar o objeto.
“Já entraram em contato com a gente de Portugal, Espanha, Itália, até aqui de Parintins, pro festival. Todo mundo fica querendo saber como ela consegue voar. Já fomos com ela até pro Japão participar de um festival”, disse.
Fabricada inicialmente com papel de seda e madeira de cedro, a pipa ganhou forma com plástico, fios de nylon, tinta e bambu. Com dois metros de largura e uma rabiola de 100 metros, o brinquedo levou cerca de 15 dias para ficar pronto. Foram necessárias até 20 pessoas para ser colocado no ar.
Essa é a nona Copa do Mundo que o grupo de amigos mantém a tradição. A pipa gigante da Praça 14 já viu o Brasil ser campeão do mundo duas vezes, e segundo os moradores do bairro, vai auxiliar o país a ser hexacampeão mundial.
Para Lopes, ver o objeto no ar é mais que uma brincadeira ou manter uma tradição entre amigos. Segundo ele, a sensação de liberdade ao ver a pipa no céu é o amor que surgiu entre um grupo de amigos que cresceu juntos e que deve passar para outras gerações.
A pipa gigante deve ser empinada pelo grupo durante os outros jogos do Brasil na Copa do Mundo. “Vamos estar por aqui fazendo aquilo que a gente gosta, e sempre na esquina da Rua Japurá com a Major Gabriel, levando a Praça 14 para o mundo”, disse.
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