No Brasil, 96% dos jogadores recebem salários de até R$ 5 mil

O relatório foi divulgado pela CBF
O relatório foi divulgado pela CBF
O relatório foi divulgado pela CBF

De vez em quando, a dura realidade bate à porta de quem sonha em fazer fortuna como jogador de futebol. Foi o caso de terça-feira, quando a CBF divulgou relatório produzido pela Diretoria de Registro e Transferência, sobre o perfil dos salários pagos aos atletas profissionais em 2015. Nele, ficou claro que cifras milionárias não passam de miragem para 96% dos jogadores no Brasil, que têm salários de até R$ 5 mil.

Em um total de 28.203 atletas registrados nos 776 clubes profissionais em atividade no país, 82,4% recebem até R$ 1 mil, pouco mais que o salário mínimo (R$ 880). E apenas 2,57% dos jogadores, ou precisamente 725, recebem R$ 10 mil ou mais por mês. De acordo com o relatório, só um recebeu mais de R$ 500 mil mensais: Alexandre Pato, ex-São Paulo e hoje no Chelsea (ING).

A disparidade, de acordo com Alfredo Sampaio, presidente do Sindicato de Atletas de Futebol do Estado do Rio (Saferj), é fruto da política que atribui a clubes amadores o status de profissionais, com o intuito de beneficiar federações e que tem como consequência a criação de falsas esperanças de profissionalização e riqueza para atletas sem nível para tal.

– Quando discutem futebol em Brasília, não conhecem a realidade do esporte no Brasil. Eles sabem apenas do lado rico – criticou o treinador. – Há clubes demais aqui, clube que não tem nem condição de ser amador, mas que se prolifera para dar voto para as federações. Isso gera o mercado de ilusão, em que o jogador passa a vida inteira atuando nestes clubes miseráveis, e quando chega aos 36, 40 anos, não tem estudo, não tem mercado de trabalho, nada, e muitas vezes nunca recebeu para jogar.

Transferências de jogadores movimentam R$ 679 milhões

O relatório divulgado pela CBF revelou ainda que a transferência de jogadores do Brasil para o futebol do exterior movimentou R$ 679.740.600,00 em 2015, com 1.212 atletas migrados, contando amadores, profissionais e profissionais que deixaram o país para atuar como amadores fora.

Na contramão, o futebol brasileiro contratou 648 jogadores que atuavam em outros países, entre amadores e profissionais. Curiosamente, deste montante, apenas 99 geraram valores, em um total de R$ 114.387.000,00.

Em 2015, 83 atletas estrangeiros foram registrados nos clubes do país. Em janeiro deste ano foram registrados 56 gringos. Vale destacar que ainda há mais uma janela de transferências de jogadores em 2016, prevista para abrir em junho.

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