Amazonas – Após Manaus ser atingida por um surto de sarampo, o Ministério da Saúde autorizou o repasse de R$ 3 milhões para serem aplicados em ações diagnóstico e prevenção da doença no estado. A portaria de liberação da verba foi publicada nesta segunda-feira (28), no Diário Oficial da União (DOU).
O Amazonas tem mais de 1.000 casos confirmados de sarampo em Manaus e em outros nove municípios, segundo a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS). Mais de 7 mil casos da doença são investigados.
Manaus está em situação de emergência por conta das ocorrências de sarampo. Em todo o Amazonas, três mortes pela doença foram confirmadas.
O Ministério da Saúde justificou a medida depois que considerou a alta transmissibilidade do sarampo e a necessidade de manutenção do processo de eliminação da doença na região das Américas.
De acordo com portaria, o alto risco de disseminação da doença para outros estados do país, exige o fortalecimento das ações de vigilância, em especial as ações de imunização e laboratoriais para enfrentamento do surto da doença.
Foi autorizado o repasse de recursos financeiros do Fundo Nacional de Saúde ao Fundo Estadual de Saúde de Amazonas, no Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde. Os recursos serão alocados no Grupo de Vigilância em Saúde para implementação de ações de vigilância epidemiológica, laboratorial, imunizações e educação em saúde em resposta ao surto de sarampo no estado do Amazonas.
Surto
Em 2018, o vírus do sarampo voltou a circular no Brasil e o Amazonas passou a doença após 18 anos sem registros de sarampo.
Na capital, subiu para 852 o número de casos confirmados no período de uma semana, segundo 25º Informativo Epidemiológico de Monitoramento dos Casos de Sarampo da Secretaria Municipal de Saúde, divulgado nessa segunda-feira (27). São 90 casos a mais do que há uma semana.
De acordo com os dados, os casos suspeitos, que estão em investigação aguardando resultado laboratorial, chegam a 5.773.
No dia 17 de agosto, a Fundação FVS-AM confirmou a terceira morte por sarampo no Amazonas. A vítima era um bebê de seis meses, que morava na capital amazonense. O bebê foi internado no dia 29 de junho, no Hospital Plantão Araújo, Zona Leste de Manaus. Após complicações da doença, morreu no último dia 5 de agosto. Antes dele, outros dois óbitos pela doença haviam sido confirmados, ambos bebês de sete meses,sendo um de Manaus e outro de Autazes.
Os casos confirmados da doença no estão foram registrados nas seguintes cidades:
- Manaus
- Manacapuru
- Itacoatiara
- Autazes
- Parintins
- Iranduba
- Rio Preto da Eva
- Novo Airão
- Presidente Figueiredo
- Tapauá
Imunização
O Informativo Epidemiológico destaca também que as ações de imunização contra o sarampo deste ano já registraram a aplicação de 204.837 doses na campanha direcionada para crianças de seis meses até cinco anos, atingindo 106,9% da meta.
A Semsa também contabilizou 409.678 doses aplicadas em ações de rotina nas Unidades de Saúde, de intensificação, varredura e bloqueio vacina, o que inclui a aplicação de primeira e segunda dose de vacina, segundo as recomendações do Ministério da Saúde por faixa etária.
Ao todo, 44,7% dos casos confirmados estão na faixa etária de até cinco anos, seguido da faixa etária de 15 a 29 anos (33,1 %).
Entre todas as 6.958 notificações, que englobam também os novos casos suspeitos e ainda em investigação, a faixa etária de 15 a 29 anos é a mais atingida, representando 50,3%, seguida da faixa etária de 30 a 49 anos (15,6%) e menores de um ano (13,9%).
A Zona Norte de Manaus continua a registrar o maior número de notificações, com 37,1% do total. Em seguida, a Zona Leste apresenta 33,1%, Zona Sul tem 15,9%, Zona Oeste com 12,6% e Zona Rural 1,3%.
Quem não pode vacinar?
Gestantes, casos suspeitos de sarampo, crianças menores de seis meses de idade e pessoas imunocomprometidas (com doenças que abalam fortemente o sistema imune).