Médico Mouhamad Mustafa apontado como chefe da “Maus Caminhos” retorna à prisão

Prisão ocorreu na Operação 'Custo Político', que resultou na prisão de ex-secretários de governo.

Manaus, AM – O médico Mouhamad Mustafa, apontado como chefe do esquema criminoso de desvio de verbas no sistema público do Amazonas, voltou a ser preso. Ele foi detido temporariamente na manhã desta quarta-feira (13) durante a segunda fase da Operação Maus Caminhos, denominada OPerção Custo Político” que resultou na prisão de ex-secretários do Governo do Amazonas. A defesa do médico, Ravik Bello, disse que ainda não teve acesso à decisão.

A primeira fase da Maus Caminhos ocorreu em setembro de 2016, para desarticular uma organização criminosa que desviava recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). O desvio chega a R$ 110 milhões, que ocorriam por meio de contratos entre empresas terceirizadas, de propriedade do médico, com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam).Este mês,  o STF determinou a liberdade  de Mustafa.

Mustafa foi conduzido à sede a Polícia Federal e deve permanecer preso temporariamente. Ainda de acordo com ao órgão, ele deve responder por novos crimes, que serão incluídos no processo que investiga o envolvimento dele no esquema.

Entre os detidos nesta fase estão: os ex-secretários de Saúde do Amazonas, Pedro Elias e Wilson Alecrim – ambos com prisão preventiva; Aroldo Pinheiro, ex-subcomandante da Polícia Militar – prisão preventiva, e Raul Zaidan, ex-chefe da Casa Civil – prisão temporária.

Maus caminhos

Em 2016, a Operação Maus Caminhos desarticulou um grupo que possuía contratos firmados com o Governo do Estado para a gestão da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Campos Sales, em Manaus; da Maternidade Enfermeira Celina Villacrez Ruiz, em Tabatinga; e do Centro de Reabilitação em Dependência Química (CRDQ) do Estado do Amazonas, em Rio Preto da Eva. A gestão dessas unidades de saúde era feita pelo Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.

As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões de reais repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões de reais teriam sido destinados ao INC.

A apuração indica o desvio de R$ 50 milhões em recursos públicos, além de pagamentos a fornecedores sem contraprestação ou por serviços e produtos superfaturados, movimentação de grande volume de recursos via saques em espécie e lavagem de dinheiro pelos líderes da organização criminosa.

Os órgãos fiscalizadores apuraram que os maiores fornecedores do Instituto Novos Caminhos eram apenas três empresas: Salvare Serviços Médicos Ltda., Total Saúde Serviços Médicos e Enfermagem Ltda. e Sociedade Integrada Médica do Amazonas (Simea), que faziam parte, na verdade, de um mesmo grupo econômico, comandado por Mouhamad Moustafa.

Amazonianarede-JAM

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