Médico acusado de mutilar pacientes no Amazonas é condenado a 8 anos de prisão por homicídio culposo

Médico acusado de mutilar pacientes no Amazonas é condenado a 8 anos de prisão por homicídio culposo

O ex-cirurgião foi condenado também por crimes de estelionato. Decisão da 11ª Vara Criminal foi publicada na edição desta terça-feira (2) do Diário da Justiça Eletrônico.

Manaus, AM – O ex-cirurgião Carlos Cury Mansilla foi condenado a oito anos de prisão pelos crimes de estelionato e por homicídio culposo de uma paciente, ocorrido em 2012. A decisão – tomada pelo juiz Jean Carlos Pimentel, respondendo pela 11ª Vara Criminal – foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico desta terça-feira (2).

Além do processo sentenciado, Carlos Jorge Cury Mansilla responde a 15 processos em Varas Criminais do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) e a outros processos que tramitam em Varas Cíveis na Comarca de Manaus.

De acordo com o inquérito policial que gerou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), Carlos Cury Mansilla se fez passar por especialista em cirurgia plástica e ocasionou a morte da vítima. Segundo o TJAM, o médico havia recebido R$ 25 mil para a realização dos procedimentos de cirurgia plástica.

Investigação

A investigação da Polícia Civil do Amazonas apontou que Carlos Jorge Cury Mansilla, à época dos fatos, em 2012, mantinha uma clínica de cirurgia e estética, obesidade e emagrecimento, localizada na Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro de Manaus.

A ação penal na qual o médico foi condenado (nº 0255945-12.2014.8.04.0001) é datada de 2014 e a denúncia do Ministério Público do Estado do Amazonas se deu em 25 de fevereiro de 2015.

Sentença

Na decisão, o juiz Jean Carlos Pimentel aponta que “além de o acusado ter sido imperito por realizar procedimentos sem ter a técnica necessária de um cirurgião plástico, ele foi negligente ao assumir os riscos do resultado e realizar o procedimento cirúrgico em uma vítima de alto risco, sem UTI no hospital”.

O magistrado acrescentou que, nos autos, “a acusação provou de forma exaustiva que, a despeito do estado prévio de saúde da vítima, sua morte poderia ter sido evitada com o imediato e devido atendimento (…) Dessa forma, impossível a descaracterização de sua culpa e inviável a absolvição pretendida, sendo a condenação a medida que se impõe”, sentenciou o juiz Jean Carlos Pimentel.

A pena de oito anos e 120 dias à qual o ex-cirurgião foi condenado será cumprida, inicialmente, em regime semiaberto.

De acordo com o juiz Jean Carlos Pimentel, apesar de o réu ter uma série de processos em tramitação ele, ainda assim, é considerado primário, pois não há sentença transitado em julgado. “Como ainda está no prazo para recurso, ele ainda é considerado primário. Os processos em tramitação são uma má conduta para fixação da pena base”, disse o magistrado.

Entenda o caso

Os casos começaram a ser denunciados em 2013. Uma das vítimas, uma empresária, iniciou uma campanha em uma rede social para tentar localizar outras vítimas do médico.

Na época, a polícia informou que o médico sempre alegou inocência e dizia ter realizado as cirurgias com sucesso. A versão é a mesma sustentada pela defesa desde o último depoimento, prestado em fevereiro daquele ano.

Em janeiro de 2017, Carlos Jorge Cury Mansilla teve o registro cassado pelo Conselho Federal de Medicina, que confirmou decisão anterior do Conselho Regional de Medicina do Amazonas. Com a medida, ele não pode mais atuar no Brasil.

Amazoninarede-JAM

 

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