Manejo sustentável do pirarucu é incentivado em Fonte Boa (AM)

(Reportagem: Paula Vieira)

Tendo em vista que o pirarucu é uma das espécies de peixe que tem grande importância econômica para o Amazonas, o governo do Estado tem como uma das prioridades incentivar a cadeia produtiva do pescado visando à geração de renda e a fixação do ribeirinho na zona rural.

Para isso, o Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (IDAM), em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá realizou um curso de metodologia de contagem de pirarucu, na comunidade Monte Cristo – Setor Maiana, município de Fonte Boa.

O objetivo foi capacitar pescadores ribeirinhos que trabalham diretamente com o manejo do pescado para a realização das contagens de pirarucus com maior precisão.

A metodologia contou com a participação de vinte pescadores dos Setores Solimões do Meio e Maiana, área do acordo de pesca pertencente a Reserva de Desenvolvimento Sustentável – RDS/Mamirauá. A parte teórica do curso foi ministrada pelo técnico em pesca do Instituto Mamirauá, Saíde Barbosa, enquanto que a aula prática foi conduzida por quatro contadores da RDS/Mamirauá, região de Tefé.

Segundo Barbosa, o método de contagem é importante, visto que é através das contagens do ano anterior que é solicitada a cota do ano corrente. “Essa cota poderá ser de até 30% do total de pirarucus adultos contados no lago, conforme a legislação ambiental”, orientou.

Para o contador de pirarucus, Edson Dias, o curso proporcionou um melhor entendimento sobre a situação dos estoques de pirarucu, principalmente, no Setor Maiana, o qual vem apresentando um decréscimo na cota de pirarucu nos últimos dois anos.

“Foi gratificante repassar conhecimentos e experiências a jovens contadores, pois isso reflete na responsabilidade do manejo”, enfatizaram os contadores da RDS/Mamirauá.

Conforme a gerente do IDAM/Fonte Boa, Maria Oliveira, o curso teve um retorno positivo, pois conseguimos validar os resultados das contagens de pirarucus em alguns lagos com o apoio dos contadores certificados pelo Instituto Mamirauá.

Metodologia

O método de contagem de pirarucu é considerado uma das principais ferramentas para o estabelecimento e manutenção de sistemas de manejo da espécie em ambientes naturais da região amazônica. O método foi desenvolvido em 1999, pelo pesquisador Leandro Castello, em alguns lagos da Reserva Mamirauá. Como uma adaptação ao modo tradicional de contagem feito pelos pescadores na hora de planejar sua pescaria. Isto porque esta espécie possui dois tipos de respiração, uma aérea e outra aquática. A respiração aérea é possível devido à modificação de sua bexiga natatória que estoca ar semelhante a um pulmão. Devido a esta característica, o peixe se adapta facilmente a águas com baixo teor de oxigênio, como no caso dos lagos de várzea.

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