Livros revelam novos escândalos financeiros do Vaticano

Papa Francisco garante que vai encarar o problema de frente,
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Cidade do Vaticano – Chegarão às livrarias italianas na próxima quinta-feira, 5, dois livros explosivos que prometem sacudir mais uma vez o Vaticano. As obras, escritas por jornalistas italianos, contém informações inéditas sobre escândalos e corrupção na gestão das finanças da Igreja.

As publicações ocorrem na mesma semana em que a Igreja anunciou a prisão de dois funcionários suspeitos de terem vazado documentos internos da Santa Sé a jornalistas.

“Avareza”, de Emiliano Fittipaldi, e “Via Crucis” de Gianluigi Nuzzi, autor de “Vatileaks”, lançado em 2012, prometem alimentar a polêmica em torno da afamada relação da Igreja com o dinheiro arrecadado de paróquias em todo o mundo. Os autores sugerem que Francisco enfrenta uma mistura de forças formidáveis na sua tentativa de reformar a burocracia sigilosa do Vaticano, notoriamente ineficiente e opaca.

A assessoria da Santa Sé criticou os lançamentos, salientando que ambos os livros são “o resultado de uma traição grave de confiança do Papa, e que os autores estão tirando proveito de uma entrega gravemente ilícita de documentos confidenciais.” Também sublinhou que “publicações deste tipo não contribuem de forma alguma para estabelecer a clareza e a verdade” e não são “uma maneira de ajudar a missão do Papa”.

O Washington Post obteve uma cópia adiantada de “Avareza” e informa que ele inclui detalhes sobre algumas contas suspeitas no Banco do Vaticano, grandes gastos por cardeais e um suposto desvio de fundos destinados a hospitais.

Um incidente relatado por Fittipaldi descreve um passeio de helicóptero feito pelo ex-secretário de Estado do Vaticano, Tarcisio Bertone, que custou à Igreja  US$ 26.400  em 2012. Bertone foi afastado pelo Papa Francisco. Fittipaldi também documenta como uma fundação religiosa pagou para reformar a casa de Bertone.

Fittipaldi cita, ainda, documentos internos mostrando que a maior parte do dinheiro enviado ao Vaticano por paróquias católicas – que totalizou US$ 415 milhões em 2013 – foi depositada em uma conta usada principalmente para cobrir o funcionamento da máquina burocrática da Santa Sé e não para trabalhos de caridade.

Gianluigi Nuzzi, que lança “Via Crucis” também na quinta-feira, é autor de “Vatileaks”, livro que trouxe os primeiros detalhes sobre as batalhas de poder no setor financeiro da Igreja, com informações tiradas de documentos confidenciais roubados pelo ex-mordomo do Papa Bento XVI.  As revelações balançaram o papado do antecessor de Bento e alguns acreditam que podem até ter levado a sua renúncia.

“Via Crucis”, baseia-se em documentos, entrevistas e gravações de Francisco feitas durante reuniões a portas fechadas, de acordo com Chiarelettere, a editora italiana de Nuzzi.

O livro revela as tentativas do atual papa de pôr em linha as autoridades financeiras da Igreja, alertando que os “custos estão fora de controle” e exigindo transparência depois de encontrar “orçamentos não oficiais” e fundos mal-utilizados por autoridades.

O livro também examina supostas tentativas de sabotar as reformas de Francisco, descreve o estilo de vida extravagante de alguns cardeais e documenta o mau uso do dinheiro recolhido nas igrejas.

“Se nós não sabemos como administrar o nosso dinheiro, que é material, como podemos guiar as almas dos fiéis, que não podem ser vistas?”, disse Francisco, segundo o livro, em uma reunião com autoridades financeiras da Igreja. O livro também se propõe a desvendar a explicação completa por trás da decisão surpreendente de Bento XVI de “se aposentar” em 2013.

Amazonianarede-Agencias

 

 

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