José Melo em carta a Temer propõe Pacto Nacional para combater crime organizado

José Melo em carta a Temer propõe Pacto Nacional para combater crime organizado

 

Em carta a Temer, Melo propõe Pacto Nacional para combater crime organizado

O governador do Amazonas, José Melo, encaminhou ao presidente Michel Temer, nesta segunda-feira (9), a proposta de construção de um Pacto Nacional para enfrentar o crime organizado e reforçar o combate ao tráfico de entorpecentes nas fronteiras

A guerra entre facções pelo domínio do mercado de drogas e armas está na raiz da violência urbana e dos problemas do sistema prisional brasileiros, afirma o governador. Sem mudar os métodos de combate ao crime organizado, a segurança pública faz o mesmo que ‘enxugar gelo’, diz.

Para aumentar a proteção das fronteiras nacionais, José Melo defende que a Polícia Federal tenha maior efetivo e que as Forças Armadas passem a atuar diretamente na questão. “Um combate efetivo e eficiente ao crime organizado impõe sua execução na origem maior de todos os problemas da segurança pública nos centros urbanos brasileiros e para o sistema penitenciário, evitando-se que as drogas e armas, principalmente, entrem em nosso país”, ressalta o governador no ofício nº 17/2017 GE encaminhado a Temer.

Para garantir recursos, o governador do Amazonas sugere a criação de um Fundo alimentado com a contribuição de Estados e da União e destinado a aparelhar as Forças Armadas e a Polícia Federal.

O Amazonas é uma das rotas estratégicas para a entrada de drogas, armas, produtos contrabandeados, biopirataria e tráfico de pessoas no país. Nos dois últimos anos, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) apreendeu cerca de 21 toneladas de entorpecentes, desarticulou quadrilhas e prendeu 18 mil suspeitos de envolvimento com o tráfico.

Segundo o governo, os esquemas de transporte usados pelo narcotráfico ocorrem por via área e possuem rotas em pelo menos sete rios.

A vulnerabilidade se dá porque o Estado faz fronteira com o Peru e a Colômbia, que concentra grandes produtores de entorpecentes e que fazem a rota de distribuição no Brasil e em diversos países passando pelo Amazonas.

“A Polícia Federal faz a sua parte, apesar dos poucos equipamentos, recursos financeiros e humanos, que já estão no seu limite e não conseguem resolver o problema como um todo; as forças de Segurança dos Estados, com deficiência de recursos humanos, desaparelhadas e sofrendo da crise endêmica de caixa, fazem, também, o máximo que podem, mas o problema continua se agravando cada vez mais”, contextualiza o governador.

Rotas do tráfico

No documento, Melo também cita rotas do tráfico no Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Conforme a proposta, Forças Armadas, Polícia Federal e as forças de Segurança dos Estados trabalhariam em conjunto.

Às Forças Armadas caberia o papel mais importante: controlar rios, aeroportos, estradas e fronteiras. De acordo com o governador do Amazonas, o ordenamento jurídico sobre a matéria já está consolidado na Lei Complementar nº 97/99, que confere às Forças Armadas o poder de polícia em uma faixa de 150 km da linha de fronteira.

Na proposta enviada à Presidência da República, o governador do Amazonas sugere, ainda, a integração de dados de inteligência para determinar as rotas, pessoas e alvos a serem reprimidos, o levantamento de todos os meios, equipamentos e armamentos disponíveis nas forças estaduais de segurança e Forças Armadas, além de premiações para organizações e profissionais que realizarem grandes apreensões de entorpecentes.

“Os crimes praticados com requintes de crueldade, violência e brutalidade, de par com as mensagens divulgadas em vídeo com referência aos episódios de Manaus e Boa Vista, são a demonstração nua e crua de que as facções estão organizadas; que são capazes de atos de violência extrema […] e de que algo diferente para combater esse estado de coisas tem que ser feito pelo Poder Público”, destaca José Melo.

Amazomnianarede

 

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.