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(Foto: Reprodução)
Manaus – A onda de invasões de terras em Manaus em áreas preservadas continuam, especialmente por parte de indígenas.
No momento aproximadamente 150 famílias que alegam ser indígenas ocupam uma área de preservação e ontem chegaram a entrar em confronto com a polícia que foi deslocada para o local com o objetivo para manter a ordem e começar a negociação para a desocupação.
Os indígenas invadiram uma área verde localizada entre os conjuntos Francisca Mendes e Alfredo Nascimento há oito meses e nesta quarta-feira, avançaram para os fundos das casas das pessoas que moram no local há 20 anos. Os índios deram o nome à ocupação de Assentamento Sol Nascente.
Apesar da invasão, havia um acordo verbal entre índios e moradores para que a ocupação não ultrapassasse os limites dos terrenos legalizados na área. Porém, na noite de segunda-feira, os índios derrubaram a cerca que existia no local e construíram barracos nos fundos das casas dos moradores. Aproximadamente 50 barracos foram erguidos na área. Na manhã desta quarta-feira, os moradores foram questionar a quebra do acordo com os indígenas e houve confusão. Índios e moradores discutiram e a polícia foi acionada para evitar conflitos.
Direito histórico
O cacique Kauíxe Kokama, cujo nome em português é Eledilson Correa Dias, disse que os índios não querem conflito e que apenas estão reivindicando um território que “por direito histórico” é deles. Porém, a área invadida pertence ao município, segundo a polícia. Apesar do tumulto ter sido contornado, ninguém foi retirado do local.
A PM atuou como mediadora do conflito e os indígenas prometeram não que construiriam mais barracos para não provocar os moradores. No entanto, bastou à polícia sair do local para que a construção de mais barracos fosse retomada.
Desmatamento
Os moradores da área denunciaram à polícia que os índios desmataram a área e expulsaram os animais que habitavam o local. “Todo o dia eu colocava banana nas árvores e os macacos vinham comer aqui sem serem incomodados.
Até um casal de araras vermelhas vinha para cá. Todos foram os expulsos pelas pessoas que se dizem índios. Eles derrubaram as árvores e estão no terreno agora”, disse Roberdan.
Os moradores afirmam que vivem em clima de tensão. A dona de casa Genir da Silva Marques, 50, mora na rua Tiuma, antiga rua 87, há 20 anos e está apreensiva sobre o que pode ocorrer. “Nosso medo é que agora tem gente no fundo das nossas casas. Antes não tinha. Não sabemos se eles vão avançar para as nossas casas e se vão respeitar quem mora aqui. A polícia veio, evitou algo pior, mas disse que não poderia tirar eles sem a determinação de um juiz. A polícia foi embora e se eles começarem a brigar aqui como vai ser? Até a polícia chegar algo pior pode acontecer. O ideal seria eles saírem do terreno porque não são os donos. É uma área verdade da prefeitura”, disse.
De acordo com o cacique Kauíxe Kokama, os índios foram orientados a não provocar os moradores. Ele disse que é necessário a intervenção das três esferas de governo, municipal, estadual e federal, para encontrar a melhor solução. “O conflito não leva a nada”, disse.