Experiências de realização, comprometimento e superação marcam trajetórias de investigadores da Polícia Civil

grupo Fera, em treinamento forte
grupo Fera, em treinamento forte
grupo Fera, em treinamento forte

Amazonas – Eles atuam diretamente na elucidação de crimes, concentrando esforço operacional e representando a essência da atividade-fim da Polícia Civil no Estado. Na data em que se comemora o Dia do Investigador de Polícia, 28 de julho, a instituição aproveita para apresentar alguns dos distintos perfis existentes entre os 1.325 mil profissionais que ocupam a função e integram o quadro efetivo de funcionários.

Dentre eles, os investigadores Aldemar Bonates, 37, e Karla Bonates, 34, casados há um ano e três meses. Aprovados no último concurso realizado pela Polícia Civil do Amazonas, em 2009, e atuando há quatro, desde que tomaram posse em 2011, eles se conheceram em 2011, quando foram convocados para trabalhar no Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Para o casal, é gratificante servir a população.

“Algumas pessoas nos procuram para agradecer depois que os casos são esclarecidos e até nos convidam para aniversários. Esse reconhecimento é a maior recompensa que podemos ter”, confidencia Karla, que está de licença maternidade, mas lotada na Delegacia Interativa Polícia (DIP) de Novo Airão. Ela está entre as cinco mulheres que compõem o Núcleo de Proteção de Autoridades (NPA), criado pela instituição em janeiro de 2013, com o intuito de preparar servidores para atuarem em grandes eventos, como a Copa do Mundo FIFA Brasil 2014 ™.

Filho do coronel da Polícia Militar Louismar Bonates, Aldemar, conhecido entre os colegas de profissão como Bonates, optou em seguir o trabalho investigativo. “Os infratores que investigamos têm diferentes ligações. Começamos com poucas pistas e depois descobrimos mais crimes envolvendo outras pessoas”, destaca, referindo-se à rotina policial.

Desde maio deste ano Bonates foi remanejado para reforçar a equipe da DIP de Careiro da Várzea. Por ser um município relativamente próximo à capital, sempre que pode, faz questão de estar perto do primogênito, o pequeno Arthur, de dois meses.

Perseverança

Investigador de Polícia há 31 anos, Domingos Sávio Passos Guimarães, 51, o Guimarães, como é chamado pelos colegas, concretizou um sonho de criança ao ingressar na Polícia Civil do Amazonas. Em 1984 ele conseguiu ser aprovado em três concursos públicos e acabou optando pela profissão que sempre almejou: ser policial.

Investigador Francisco Silva
 O sorriso de um investigador  e competente e experiente

Durante mais de três décadas dedicadas ao trabalho investigativo, acumula no vasto currículo passagem por diferentes unidades policiais, como a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), Delegacia Especializada em Roubos e Furtos de Veículos (Derfv), Delegacia Especializada em Capturas e Polinter (DECP), 1º e 8º Distritos Integrados de Polícia (DIPs), além da extinta Delegacia Especializada em Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre).

Há vinte anos atuando na Derfd, onde ocupa desde 2009 a função de chefe de Investigação, Guimarães diz ter muitas histórias para contar, mas uma situação em especial marcou a vida profissional dele. “Em 2003 houve um caso de latrocínio envolvendo um advogado, empresários e um fazendeiro. Na ocasião, piratas invadiram a embarcação em que eles estavam, no Encontro das Águas, roubaram e mataram quase todos que estavam no local. Esse crime abalou a sociedade amazonense. Tivemos muito trabalho para conseguir chegar aos autores, mas em um mês elucidamos o caso”, recorda.

Para o servidor, ser investigador requer muita concentração, entrega,  poder de observação, ética e discernimento. “Prestamos um serviço para a sociedade. É um serviço de glória, uma vez que temos nas mãos a responsabilidade de investigar crimes e solucioná-los. Precisamos ser imparciais. Temos que ter em mente que somos agentes da Justiça e não os justiceiros”, acrescentou.

Concluindo a entrevista concedida à equipe da Assessoria de Imprensa da Polícia Civil, ele ressalta que mesmo trabalhando nas falhas e erros das pessoas, não perdeu a esperança de que todos podem melhorar. “Acredito no ser humano”, finalizou o investigador, que acumula na bagagem cursos de Veículos Roubados, Manuseio e Uso de Todos os Tipos de Armamento, citando alguns.

Realização

Em 2008 Gonzaga Júnior Rezende Gomes, 33, deixou a casa dos pais, no interior do Estado, com destino a Manaus, em busca de um sonho. Ele relembra o quanto foi complicado. “Encontrei muitas dificuldades e cheguei a trabalhar entregando cargas nos barcos na Manaus moderna. Com esse dinheiro paguei cursinho para o concurso da Polícia Civil em 2009”, recordou emocionado.

Aprovado no certame, Gonzaga provou sua força e persistência. Em 2011 tomou posse no cargo. Não desistir diante do cansaço diário fez dele um vencedor. “Amo trabalhar na Polícia Civil. Tenho orgulho da minha instituição e dos colegas que trabalham comigo, pois sem eles eu também não seria nada”, argumentou.

O investigador lembra que desde criança sonhava em ser policial civil para poder ajudar e proteger as pessoas. “Quando via uma viatura policial sentia meu coração bater mais forte, pois sentia que ali estava meu destino”, confidenciou.

Investigador Francisco Silva
Investigadores atuam com competência e dedicação

Lotado em Manaquiri desde 2013, município distante 60 quilômetros em linha reta de Manaus, o servidor fala com orgulho da profissão que batalhou para conquistar. Graduado em Ciência Políticas e Pedagogia e pós-graduado em Direito da Segurança Pública e em Gestão Pública, o investigador trilha o caminho que sonhou.

Trabalhando no interior desde que se tornou policial, ele vive em função da polícia. “A delegacia do interior tem um diferencial dos distritos da capital. Por ser uma unidade local, atuamos em todas as áreas: homicídios, violência doméstica, crimes contra crianças e adolescentes, dentre outros”, explica Gonzaga.

Entre os cursos que possui, faz questão de citar o de Sobrevivência Urbana e Abordagens Fluviais, denominado “Survive”; Abordagem Policial oferecido pelo Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera); Investigação Criminal, Papiloscopia e Progressão em Área de Risco.

Dedicação

Um dos servidores que vem se destacando na gestão do atual delegado geral de Polícia Civil do Estado, Orlando Amaral, é o investigador de Polícia José Alberto Chaves do Valle, 52, o “Betão”. O policial, que ingressou na instituição por meio de concurso público, aos 22 anos de idade, precisamente no dia 20 de julho de 1985, atualmente ocupa o cargo de presidente da Comissão de Capacitação, Treinamento e Desenvolvimento (CCTD) da Polícia Civil no Estado.

Ao longo de 30 anos de dedicação à corporação, “Betão” atuou na extinta Depre durante 20 anos. Foi um dos fundadores do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera), além de trabalhar na antiga Central de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP-AM). O investigador acumula no currículo mais de 40 cursos voltados para a prática policial, dentre as qualificações estão:

Treinamento de Tiro Tático no Departamento de Polícia de Miami, nos Estados Unidos; Curso de Proteção de Autoridades e Testemunhas, Resgate e Negociação de Reféns, Entradas Táticas e Explosivas; Treinamento com Cães para Detecção de Narcóticos e Explosivos pelo Departamento de Polícia de Utah, também nos Estados Unidos; Curso de Manutenção e Manuseio do Armamento na Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), entre outros.

Desde 1988 o investigador é instrutor de tiros do Instituto Integrado de Ensino de Segurança Pública do Estado (Iesp-AM), antiga Academia de Polícia Civil (Acadepol), na zona Norte da cidade.

“Eu amo meu trabalho e tenho orgulho de ser policial. Aprendi muito com esses 30 anos de instituição e sei também que tenho muito a contribuir com os colegas. Estamos em um novo momento da Polícia Civil e à frente da CCTD o objetivo é qualificar todos os servidores para que possam realizar um trabalho seguro e sempre voltar para casa junto de suas famílias”, finalizou.

Grupo de Elite

Criado em setembro de 1999, na gestão do então delegado geral Vinícius Diniz, o Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) surgiu com o objetivo de reforçar o combate à criminalidade em Manaus. Formado exclusivamente por investigadores altamente qualificados, o grupo de elite da Polícia Civil do Amazonas é requisitado sempre em situações de alto risco e que exigem precisão e técnica inabaláveis.

UM trabalho diferente e prazeroso para os policiais
UM trabalho diferente e prazeroso para os policiais

Para quem quer fazer parte do grupo são exigidas habilidades em diferentes áreas, que vão além do trabalho investigativo, com o intuito de preservar a qualidade do serviço mantido pelos integrantes do Fera.

Dentre os cursos de aperfeiçoamento e qualificação realizados pelos policiais civis que compõem o grupo, merece destaque o de Armas e Táticas Especiais, oferecido pela Special Weapons And Tactics (Swat) de Miami; o de Polícia Especializada nos Departamentos de Grandes Cidades e o Curso de Operações Táticas Especiais (Cote), realizado no estado do Rio de Janeiro, sendo que neste último três investigadores do Grupo Fera já participaram também como instrutores. Vale ressaltar ainda o reforço de alguns integrantes  em missões aéreas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Superação

Os irmãos Regina Guimarães Ribas, 50, e Francisco Guimarães da Silva, 48, são servidores veteranos. Enquanto Regina se prepara para a aposentadoria, Francisco, ou “Da Silva”, como é conhecido, pensa em alcançar oportunidades maiores, conquistando, quem sabe, o posto de delegado de Polícia Civil, por meio de concurso público.

Há 29 anos na carreira policial e com passagens pelas principais delegacias especializadas na capital, como DEHS (Homicídios e Sequestros) e Derfd (Roubos, Furtos e Defraudações), o investigador vivenciou o real perigo que a profissão policial envolve. Em abril de 1991 ele foi baleado três vezes em uma troca de tiros com traficantes, no bairro Colônia Oliveira Machado, zona Sul da cidade.

“Fui atingido no braço direito, na perna direita e na cabeça. Fiquei em coma profundo durante dois meses. O projétil, de calibre 38, que atingiu a minha cabeça está até hoje alojado no meu crânio”, relatou o investigador, que está lotado atualmente no 7º DIP, situado no bairro São Lázaro, na mesma área da capital onde aconteceu o fato.

A trajetória de Francisco é considerada impecável pelos atuais gestores da instituição. Entre 2000 e 2014, período em que atuou na extinta Depre, recebeu elogios por três juízes da Vara Especializada em Crimes de Uso e Tráfico de Entorpecentes (Vecute) pela atuação no combate à venda de drogas no Estado. Outro feito que merece destaque é o fato de nunca ter sido punido ao longo de tantos anos de jornada profissional.

Nova fase

Casada e mãe de dois rapazes, Regina, investigadora de Polícia desde 1984, ingressou na instituição quando tinha 20 anos. Após 30 anos de profissão, exercidos com dedicação e muito empenho, prepara-se para uma nova fase da vida: a aposentadoria.

“O amor pela profissão é tão grande que passei cinco anos além do tempo para me aposentar. Estive me preparando para esse dia. Planejei e cumpri as fases para sair bem, com saúde e dignidade”, disse.

Investigador Gonzaga
Investigador Gonzaga

Bacharel em Direito desde 2006 e com três especializações, a servidora, agora aposentada, afirma que sempre quis ser policial. Durante a permanência na Polícia Civil, até julho de 2014, Regina passou pelos 1º e 8º Distritos Integrados de Polícia (DIPs), além de diferentes especializadas. O comprometimento com o serviço público rendeu a ela, no ano de 1992, o troféu de Policial do Ano, idealizado pelos então gestores da instituição.

Ao ser questionada sobre qual aprendizado leva da Polícia Civil para o novo momento em que está vivendo, ela diz que durante a profissão aprendeu a fazer o melhor e voltar viva para a família. “O certo é seguir o caminho que você acredita”, finalizou a mulher, citada pelos colegas como referência nas investigações realizadas enquanto atuava na linha de frente da Polícia Civil do Estado do Amazonas.

Amazonianarede-Assessoria DGP

 

 

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