Epidemia que já matou 33 nas Antilhas e Guiana francesa ameaça chegar ao Amapá

11-07dengueMacapá, AP – O Ministério da Saúde (MS) e a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) devem redobrar as ações de controle vetorial no município fronteiriço de Oiapoque, distante 590 quilômetros de Macapá, para tentar impedir a entrada do vírus chikungunya, que é transmitido, principalmente, pelo Aedes Aegypti (mosquito da dengue).De acordo com o chefe da Divisão de Vigilância em Saúde do Amapá, Rafael Xavier, na semana passada, durante supervisão em Oiapoque, foi detectado que 19 pessoas vindas de garimpos da Guiana Francesa fizeram o teste para malária em Oiapoque, mas todos deram negativos. No entanto, dois desses garimpeiros apresentaram dores fortes nas articulações e outros sintomas comuns do vírus chikungunya.

“Houve duas suspeitas, mas quando chegamos ao local às pessoas que poderiam estar infectadas com a doença já haviam regressado ao garimpo, dificultando a confirmação”, disse Rafael.

“Diante dessa suspeita fizemos um mapeamento dos locais por onde essas duas pessoas transitaram, e posteriormente um bloqueio para eliminar o mosquito transmissor que pudesse ter entrado em contato com eles”, afirmou.

Rafael lembrou que esse bloqueio é feito, primeiro, com a educação em saúde e depois com a aplicação espacial de inseticida (borrifação). O técnico explicou que é difícil barrar essa entrada pela forma com que a doença vem se alastrando desde a Ásia e África.

“Estamos trabalhando para combater o vetor. O Ministério da Saúde está preparando equipes médicas para atuar nessas áreas. A doença, além da física, também vai mexer com a economia. A recuperação é demorada e exige acompanhamento especializado como o de um fisioterapeuta, por exemplo”, anteviu. Outro grave problema é quanto ao diagnóstico da doença. “Esse exame é feito na rede pública, vai para o Laboratório Central (Lacen) e somente depois é enviado ao Instituto Evandro Chagas, em Belém do Pará”, disse ele afirmando que a espera pelo resultado é longa.

Casos de óbitos
A agência internacional France Presse, publicou que o vírus chikungunya provocou indiretamente a morte de 33 pessoas nas Antilhas e na Guiana Francesa desde dezembro. A afirmação foi feita à agência internacional pela ministra francesa da Saúde, Marisol Touraine, classificando os casos como “grande epidemia”.

“Até hoje, a doença provocou indiretamente 33 óbitos de pessoas idosas frágeis, afetou 100 mil pessoas e provocou mil hospitalizações nos departamentos franceses da América”, anunciou o ministério da Saúde. “Trata-se de uma grande epidemia, com 5 mil novos casos por semana”, disse Marisol Touraine em declarações a meios de comunicação franceses.

“A epidemia que afeta as Antilhas e a Guiana é um problema importante de saúde pública”, acrescentou, ressaltando que “o início do período de verão e a estação de chuvas propiciam a reprodução do mosquito que o transmite, o que aumenta os temores de um crescimento do número de casos’.

A ministra insistiu na importância das medidas de precaução para evitar a proliferação dos mosquitos. O vírus chikungunya que, assim como a dengue, é transmitido através dos mosquitos aedes, causa febre, dores articulares, musculares e de cabeça. O tratamento se limita a amenizar os sintomas, já que não existe cura ou vacina contra esta doença, que raras vezes é mortal, mas que pode ser fatal para as pessoas frágeis.

Vírus já circula no Brasil

Este ano, já houve 20 casos da infecção notificados no Brasil desde maio, de acordo com o Ministério da Saúde. Mas, até o momento, todos são importados: 19 pacientes contraíram o vírus no Haiti e um, na República Dominicana. Isso significa que não há evidências de que o vírus esteja circulando entre os mosquitos do país.

Fonte: Diário do Amapá

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