Nesta segunda-feira (19), o embaixador da Rússia na Turquia foi assassinado em Ancara, a capital do país. Durante o ataque, o atirador indicou que seria uma resposta à situação de Aleppo, a cidade devastada pela guerra na Síria.A Rússia é a principal aliada do governo sírio no conflito, que dura quase seis anos.
A exposição de fotografias ganhou imagens mais impressionantes. Um homem surpreendeu todos os presentes e assassinou o representante da Rússia.
Um flagrante também em vídeo mostrado na reportagem. O som seco de nove tiros interrompe o discurso russo. O embaixador baleado pelas costas agoniza no chão. O atirador rouba os microfones do mundo. Grita para não se esquecerem de Aleppo, para não se esquecerem da Síria.
O homem, vestido como os seguranças, ameaça: “Enquanto nossos irmãos não estiverem a salvo, vocês também não estarão seguros”. Os convidados e jornalistas da exposição, acuados, ouvem o atirador mandar ficarem onde estão. Diz que só sai dali morto e promete: “Quem está envolvido nessa crueldade, um por um, vai pagar por isso”.
Do lado de fora uma agitação monumental. O atentado aconteceu perto da Embaixada dos Estados Unidos. A polícia invadiu a galeria e matou o atirador. A imprensa turca identificou o suspeito como Mert Altintas.
Ele seria um ex-policial do batalhão de choque da polícia, um dos milhares de militares afastados depois do golpe de estado frustrado de julho. Teria sido um crachá policial que abriu caminho até que ele se posicionasse exatamente atrás do embaixador.
Andrei Karlov foi retirado às pressas, mas não resistiu. Outras pessoas ficaram feridas no mesmo ataque. O Ministério do Exterior russo vai tratar o caso como terrorismo. O Conselho da Federação Russa falou em “grave falha do sistema de segurança turco”.
O assassinato aconteceu em um raro período de entendimento entre Rússia e Turquia, nos mais de cinco anos de guerra síria. Os dois países que estão em lados opostos nesse conflito sentaram à mesa e negociaram um corredor humanitário para milhares de pessoas. O aumento da tensão agora tudo aquilo que a diplomacia mundial não quer.
Representantes das maiores potências mundiais mostraram solidariedade. O governo alemão disse que a luta contra o terrorismo é comum. O francês condenou fortemente o assassinato. O porta-voz do Pentágono disse que o pensamento de todos está com as vítimas e suas famílias.
O embaixador Andrei Karlov tinha 62 anos e uma carreira diplomática de mais de quatro décadas. Ele se destacou na diplomacia com as duas Coreias e passou a atuar no diálogo entre os envolvidos da guerra síria.
O presidente da Rússia declarou que o assassinato do embaixador na Turquia foi uma provocação. Vladimir Putin afirmou que o objetivo é tirar dos trilhos o processo de paz.
Amazonianarede-Agencias