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Manaus – Também surpreendido como a notícia, assim como o mundo todo, o arcebispo metropolitano de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, que está se despedindo do arcebispado, com aposentadoria já anunciado para o final deste mês, a anunciada renuncia do Pontífice bento XVI, pode também ser perfeitamente visto como um “ato de coragem”.
Faltando dois dias para o início do período santificado da Quaresma, a renúncia do Papa Bento XVI, deixa Igreja católica por um momento meio vazia, fato que segundo Dom Luiz será logo superado.
Segundo explicou o arcebispo de Manaus, logo após a saída oficial do Papa do Vaticano, o que ocorrerá as 15 horas (Manaus), do próximo dia 28, os Cardeias do mundo todo deverão se reunir para a eleição de um novo líder. “Durante a ausência do líder, a igreja será coordenada pelo decano do Colégio de Cardeais. Fica uma interrogação para saber quem vai assumir a frente da igreja católica”, explicou.
A igreja escolhe o novo papa através de uma votação interna, o conclave. Mesmo antes da saída de Retztinger, Dom Luís afirma que cardeais se destacam para serem possíveis papas. “Os cardeais estão espalhados pelo mundo, por isso é difícil termos um ‘preferido’. Mas há aqueles que se sobressaltam, como o cardeal de Milão, e até mesmo o de São Paulo, Dom Odilo Scherer”, apontou.
A agenda de um Papa não é uma das mais tranquilas. Todos os dias, inúmeras tarefas assolam o líder do cristianismo. Segundo Dom Luís, é possível entender a renúncia, apenas observando o panorama político-social que a Igreja Católica está vivendo no mundo.
“Há muitos pontos que geram grandes preocupações. No mundo islâmico, os cristãos são perseguidos e mortos aos montes. A Europa passa por um período pós-cristianismo, se desligaram da igreja. Na América Latina, temos a grande diversidade de igrejas. Para assimilar todas essas questões, além de outros problemas mundiais, o papa precisa estar bem de corpo e mente. A idade interfere nisso”, explicou.