Depois da “Jaleco Preto” PC reúne a portas fechadas com hospitais sobre o Golpe da UTIs’

Vítimas são do Amazonas, Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará.

Manaus, AM – A Polícia Civil se reuniu na tarde desta segunda-feira (27) com representantes de dez hospitais  particulares e da rede pública do Estado para falar sobre o golpe aplicado nas unidades hospitalares do Amazonas por uma organização criminosa desarticulada durante a operação “Jaleco Preto”, deflagrada no dia 23 no município de Rondonópolis, no estado do Mato Grosso.

Ao todo, 11 mandados de prisão foram cumpridos em Rondonópolis e em Cuiabá. Eles são suspeitos de coletar informações de pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensivas (UTIs) de todo país e ligar para familiares das vítimas aplicando os golpes.

A reunião, a portas fechadas, aconteceu no prédio da 22ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) e foi conduzida pelo delegado titular, Cícero Túlio.

De acordo com Túlio, a reunião com os representantes das unidades hospitalares servirá para alertar contra novos golpes.

“A gente levantou as principais unidades hospitalares sob as quais recaíram os golpes. Convocamos os diretores e administradores dessas unidades hospitalares para que a gente possa passar um pouco do modus operandi dessa quadrilha a fim de evitar que outros golpes da mesma natureza sejam aplicados principalmente aqui em Manaus”, informou o delegado.

Túlio informou ainda que os representantes das unidades hospitalares serão orientados a criar protocolos de segurança para evitar os golpes.

“As orientações que nós vamos conceder aos colegas responsáveis pelas unidades hospitalares é que haja a necessidade de se manter um protocolo de segurança, no sentido de evitar que funcionários possam cair também no conto desses golpistas, criar algum mecanismo que possibilite uma maior segurança em relação a esses dados que são sigilosos nos prontuários médicos dessas unidades”, explicou.

Investigação

As investigações, segundo Túlio, não apontaram para nenhum funcionário envolvido nos golpes.

“A partir da análise das interceptações telefônicas que foram deferidas pela justiça e de toda a investigação conduzida pelos policiais civis, a gente não pode identificar nenhum funcionário , em nenhuma dessas unidades hospitalares envolvidos na quadrilha.

O que havia era uma espécie de  arquitetura social, no sentido de que essas pessoas que manipulavam as vítimas também operavam realizando ligações pra essas unidades hospitalares e conseguiam ludibriar os funcionários para que eles fossem cedendo a algumas informações”, explicou.

Representantes das unidades hospitalares não quiseram conversar com a imprensa e seguiram para a reunião.

Operação

A investigação foi iniciada pela Polícia Civil do Amazonas, que identificou uma quadrilha que aplica o “Golpe da UTI”. A operação é uma ação conjunta das polícias do Amazonas e do Mato Grosso.

Segundo as investigações, os criminosos se passavam por médicos para conseguir informações sobre pacientes internados. Eles ligam para as famílias dos pacientes e inventam procedimentos urgentes que devem ser pagos.

Três integrantes da quadrilha já estão presos no presídio Mata Grande, em Rondonópolis. Eles são apontados como os responsáveis pelos golpes aplicados.

Sete pessoas que deram números de contas para receber depósitos das famílias das vítimas são alvo dos mandados de prisão. Cinco foram presos até o início desta tarde.

Em 20 dias de investigação, foram identificadas 10 vítimas em Manaus. Também há vítimas em Goiás, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Pará.

Amazonianarede-JAM

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.