O delegado é suspeito de abusar sexualmente de cinco meninas com idades entre 11 e 16 anos. Sobre o policial que está cargo há um ano, ou seja, ainda em estágio probatório, ainda recai outra denúncia: violação de direitos humanos dos presos encarcerados na delegacia onde ele atua.
O processo ao qual Fontes refere-se é uma investigação feita pela Corregedoria-Geral do Sistema de Segurança Pública do Amazonas, em uma equipe liderada pelo delegado Renato Fonseca de Carvalho. A investigação ocorreu em Juruá (distante 671 quilômetros de Manaus) entre 9 e 13 de junho, segundo documento ao qual o EM TEMPO teve acesso, que aponta também a participação de um escrivão e um investigador. A autorização para o inquérito é assinada pelo corregedor-geral Leandro Almada da Costa, no último dia 8.
O relatório do delegado Renato foi entregue para o corregedor-chefe, que segundo a assessoria de imprensa da SSP, “está sendo avaliado [pelo menos desde 18 de junho] pelo corregedor-geral do Sistema de Segurança Pública, que só irá se pronunciar após a conclusão da análise”. A SSP não informou um prazo para o fim da análise .
O prefeito de Juruá, Tabira Ferreira, disse que “um sargento da PM [Polícia Militar] está tomando conta da delegacia. O delegado mesmo não aparece na cidade há muito tempo; mais de uma semana”.
Denúncias – O Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM) recebeu duas denúncias a respeito do único delegado de Juruá, Daniel Pedreiro da Trindade. Nas duas denúncias o policial é acusado de ter assediado e abusado sexualmente de uma adolescente de 14 anos de idade e mais outras cinco meninas, com idades entre 11 e 16 anos.
As denúncias foram encaminhadas ao MPE/AM pelo deputado estadual Luiz Castro, que é membro da Frente Parlamentar de Enfrentamento à Violência Sexual contra a Criança e o Adolescente (Frempa), e pelo promotor de justiça Gerson de Castro Coelho, da primeira Promotoria de Justiça de Lábrea, designado para a Promotoria de Juruá.
Apesar de ter recebido as denúncias há mais de uma semana, os processos ainda estão parados na Secretaria Geral do órgão, onde aguardam análise e distribuição para uma Promotoria de Justiça. Só então o caso será apreciado.
Além de abuso sexual de menores de idade, o delegado é acusado de ser promover luta-livre entre os encarcerados da delegacia onde ele atua. O EM TEMPO teve acesso a um vídeo onde o delegado aparece como uma espécie de juiz, entre dois presidiários no corredor da delegacia, e os incentiva a lutar.
A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania do Amazonas (Sejusc) prometeu acompanhar o caso na Corregedoria da SSP, acionar o MPE/AM por tratar-se de menores de idade. EM TEMPO