Manaus – Mais de 50 crianças indígenas, alunas da rede municipal de ensino, participaram do ‘Brincadeiras de Curumins e Cunhantãs’, nesta sexta-feira, 10, às margens do Lago do Tarumã Açu, na Comunidade Inhãa-Bé.
Participaram do evento em homenagem ao Dia das Crianças, as comunidades INhãa-Bé, Rouxinol, Watchimaucu, Sahu-Apé, Apurinã, Gavião e alunos das escolas municipais Santo André e Paulo César da Silva Nonato.
Antes das brincadeiras começarem, o grupo musical Kuiá deu as boas-vindas aos participantes com canções e o hino nacional na língua Tikuna. Logo depois, iniciaram as atividades. Divididas por comunidades, as equipes competiram nas modalidades de futebol, natação no rio, canoagem, corrida de saco e corrida com colher e limão.
Tiago Almeida, de 9 anos, da etnia Tikuna, lembrou que participou da brincadeira no Dia das Crianças do ano passado. Mesmo morando na zona urbana, ele afirma que prefere se divertir na comunidade junto a seus amigos índios. “Aqui nós brincamos de tudo. Eu prefiro vir para cá. Na capital, tem muita coisa, mas aqui é melhor porque tem rio que dá para nadar, brincar”.
Isaias Cruz, 11, que mora na comunidade Inhãa-Bé, adora futebol e é fã de Ronaldinho Gaúcho. “Nós sempre jogamos futebol aqui na comunidade. É muito legal a diversão com meus colegas”, comenta.
A gerente de Educação Escolar Indígena da Secretaria Municipal de Educação (Semed), Meire Lane Araújo, explicou que o evento foi uma iniciativa da própria comunidade e tem dois objetivos específicos: comemorar o Dia das Crianças e fazer a interação entre os povos indígenas da região do Tarumã-Açu.
“Ao mesmo tempo em que reúne as comunidades indígenas do Tarumã-Açu, ele também vai agregar outras etnias da área urbana e ribeirinha. É uma homenagem às crianças e ao fortalecimento da cultura indígena”, explica.
Visita
A comunidade indígena Apurinã, que fica no bairro do Mauazinho, na zona urbana de Manaus, participou da atividade.
A professora Jéssica Batista trouxe os alunos do Centro Cultural Apurinã para conhecerem como é viver em uma aldeia, já que eles são índios que vivem no meio da cidade. “Em uma comunidade urbana a gente não tem essa experiência que os povos que vivem em aldeia têm. Estamos aqui em busca do resgate de nossa cultura, de nossa fala. Por isso, essa festa é tão importante”.
Texto: Thiago Botelho – Foto: Lton Santos