Comparação balística ajuda peritos elucidar homicídio

Amazonianarede – Assessoria

Manaus – Um homicídio registrado no mês de outubro do ano passado foi elucidado por meio de exame de comparação balística realizado pelos Peritos Criminais do Instituto de Criminalística (IC), após investigação conduzida por Policias Civis da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).

No dia 22 de outubro de 2012, por volta das 5h, o industriário Leandro Barbosa de Oliveira, na época com 19 anos, foi morto com quatro tiros de escopeta CBC de calibre 12. Dois tiros atingiram a cabeça do rapaz, um o peito dele e outro o braço esquerdo. O crime ocorreu na rua Amazonas, beco Abrantes, bairro Crespo, Zona Sul.
Na ocasião, a equipe da DEHS esteve no local e coletou quatro cartuchos deflagrados e dois fragmentos de chumbo, que foram periciados pelos profissionais capacitados que compõem o quadro pericial do IC, utilizando os equipamentos de ponta adquiridos pela Polícia Civil do Amazonas. Poucos elementos foram deixados pelo suspeito. Apenas os cartuchos, os fragmentos e o apelido do envolvido fizeram parte do relatório da cena do crime, tendo em vista que a vítima não tinha envolvimento com o tráfico de drogas.

Aproximadamente 17 dias após o ocorrido, no dia 8 de novembro, uma dupla foi presa após uma tentativa de assalto à empresa Intec, localizada na avenida Cosme Ferreira, no bairro Coroado, Zona Leste da cidade. Um dos presos identificado como Arleson Felipe da Costa Moreira, 23, estava de posse de uma escopeta CBC calibre 12, com a mesma característica da arma usada no crime que vitimou Leandro Oliveira.

Além deste detalhe, o apelido de Arleson chamou a atenção dos investigadores da DEHS. “Tita” como é conhecido, foi um dos nomes apontados por populares, como sendo o do autor do homicídio.

O laudo de comparação balística solicitado pela equipe de investigação e realizado pelos peritos Ladislau Brito e Jefferson Mendes atestou com 100% de exatidão que os estojos achados na cena do crime e as amostras realizadas com a arma de fogo encontrada com “Tita”, possuem impressões idênticas às causadas pelo atrito do projétil com o cano da arma.

“Toda arma deixa uma espécie de impressão digital única, que identifica de qual arma saiu determinado projétil e estojo”, destacou Ladislau.

O inquérito policial com o resultado do exame de balística foi encaminhado à Justiça. O suspeito, preso na ocasião, responde pelo crime no sistema penitenciário do Estado.

Preservação do local do crime

A Diretora do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), Lia Gazineu, ressaltou a importância do trabalho pericial e da colaboração da sociedade na preservação da cena do crime.

“Ao se deparar com o local do crime é importante que a população não altere a cena. Às vezes as pessoas querem ajudar o trabalho policial, retirando as cápsulas do local, porém os indícios que podem ajudar a elucidar o crime, como impressões digitais ao municiar o projétil na arma de fogo, são perdidos”, disse Gazineu.

O trabalho de investigação com a escuta de testemunhas e o levantamento de informações fica completo com a prova técnica, a partir da perícia, que sustenta o inquérito policial encaminhado à Justiça, que por sua vez, julgará a autoria do crime com maior propriedade.

Novidades para o setor

Durante a leitura da Mensagem Governamental no último dia 5 de fevereiro, o governador do Estado do Amazonas, Omar Abdel Aziz, anunciou na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM) a reforma dos institutos, que deve ser iniciada ainda neste semestre.

A Delegada Lia Gazineu, Diretora do DPTC, afirmou que existe um projeto da Polícia Civil para implantação de um programa que vai viabilizar um banco de dados com as características das armas de fogo periciadas, onde os peritos criminais poderão verificar estas possíveis características da mesma arma em outros crimes.

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