Buenos Aires, Arg – Time estava ameaçado de ser rebaixado quando torcedor Jorge Bergoglio se tornou o Papa. Em 18 meses, virou campeão nacional e finalista da Liberta.
Para ser campeão da Libertadores diante do Nacional-PAR, o San Lorenzo precisa de toda ajuda que puder encontrar. Até divina.
Mas ela não tem faltado ao clube desde que seu torcedor mais famoso, Jorge Mario Bergoglio, se tornou o Papa Francisco. Em fevereiro de 2013, quando a fumaça branca do Vaticano indicou a escolha do argentino para o principal cargo da Igreja Católica, o clube brigava contra a queda para a Segundona. Terminou o ano campeão argentino e classificado para a Liberta. Nesta quarta-feira, a partir das 21h15, pode ser campeão da principal competição sul-americana pela primeira vez em sua história, precisando apenas vencer o jogo. Empate em qualquer número de gols leva a decisão para a prorrogação.
E, no meio disso tudo, o San Lorenzo ainda concretizou seu retorno ao bairro de Boedo, de onde saiu em 1979, quase obrigado pela Ditadura Argentina. Muitos acreditam que o retorno do Ciclón às glórias – e à sua casa – pode ser traçado de volta ao Papa, torcedor declarado e sócio do clube. O jornalista Roman Perroni, que ajuda a gerir o site temático Mundo Azulgrana, ficou famoso no mundo todo antes do jogo de ida com o Bolívar pela semifinal da Libertadores. Na véspera da partida, ele mandou um tweet direcionado ao Papa pedindo que o San Lorenzo ganhasse o jogo por 5 a 0. O resultado foi exatamente esse, uma coincidência que não passou despercebida para os torcedores.
Ainda que muitos deles permaneçam céticos, é unânime que a chegada de Bergoglio ao papado ajudou o San Lorenzo a passar pela melhor fase de sua história. Motivo de orgulho para todos os torcedores. Tanto a campanha quanto o Papa.
– Não sei se ele vai nos ajudar a ganhar o título. Só Deus sabe quem vai ganhar. Sou temente à Ele e não me envolvo nisso. Mas Francisco é motivo de orgulho para todos nós torcedores cuervos. Ele estará torcendo por nós, tenho certeza – comentou Norma, que vende lembranças do primeiro Papa latinoamericano nos degraus da Catedral Metropolitana, onde Jorge conduzia missas antes de ir para o Vaticano e era ainda apenas mais um torcedor ilustre do San Lorenzo. Agora, a história pode ser outra. Que comecem as rezas.
SEGUE O CALVÁRIOS DOS INGRESSOS
Não será fácil para o torcedor do San Lorenzo assistir à final da Libertadores.Ontem, novamente o problema de organização dos clubes em relação a seus sócios deixou a torcida em grandes filas. Na sede do clube no centro de Buenos Aires, mais de 1500 torcedores passavam dois quarteirões da Avenida de Mayo em filas para garantir seus ingressos. Organizados por policiais, os torcedores estavam com bom humor e a toda hora engatavam canções que exaltavam o finalista da Libertadores.
O San Lorenzo tem por volta de 60 mil sócios, mas o Nuevo Gasómetro só aporta 44 mil pessoas. O clube anunciou alguns requisitos para que os sócios estivessem elegíveis para conseguir ingressos, como estar em dia com a mensalidade do mês de agosto. Houve também prioridade para quem comprou ingresso para o jogo de ida, no Paraguai.
Mesmo assim, mais que 44 mil torcedores se habilitaram a tentar um ingresso e, confuso com a demanda, o clube acabou se enrolando, causando demoras na distribuição dos bilhetes. Alguns fãs chegaram a viajar ao Paraguai em busca de entradas da torcida do Nacional-PAR.
FICHA TÉCNICA:
SAN LORENZO x NACIONAL-PAR
Libertadores – FINAL
Estádio: Nuevo Gasómetro, Buenos Aires (ARG)
Data/hora: 13/08/2014 – 21h15 (de Brasília)
Árbitro: Sandro Meira Ricci (BRA)
SAN LORENZO: Torrico, Buffarini, Cetto, Gentiletti e Más; Mercier, Ortigoza, Villalba e Romagnoli; Matos e Cauteruccio Técnico. Edgardo Bauza
NACIONAL-PAR: Don, Coronel, Piris, Cáceres e Mendoza; Melgarejo, Torales, Riveros e Orué; Benítez e Bareiro Técnico: Gustavo Morinigo
Fonte: Lancenet