Cheia em Santarém (PA): prejuízos chegam a R$ 308,7 milhões

12-05santaremSantarém, PA – Os prejuízos da cheia dos rios Tapajós e Amazonas em Santarém foram calculados em um estudo econômico encomendado por entidades empresariais: Associação Comercial e Empresarial de Santarém (ACES), Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) e Sindicato dos Lojistas de Santarém (Sindilojas). Os dados foram levantados pelo Centro Avançado de Estudos Amazônicos (Ceama).

É a primeira pesquisa realizada sobre os prejuízos financeiros que as inundações causam na economia. O objetivo é que sirva de base de informações para ações de políticas públicas na área da estrutura de prevenção ao avanço das águas do Tapajós na frente da cidade. Segundo o estudo, o prejuízo pode chegar a aproximadamente R$ 308,7 milhões apenas no ano de 2014. Esses danos incluem: perdas de postos de trabalho, perdas de estoques de mercadorias das empresas, redução drásticas no nível de vendas, elevação do índice de inadimplência, interrupção das atividades econômicas nas áreas inundadas, contaminação por doenças de veiculação hídrica (leptospirose, cólera, diarreias e outras) e a contaminação da água pela inundação de depósitos de material tóxico na agricultura, estações de tratamentos de água, entre outros.

Segundo o diretor do Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT) e do Ceama, o economista José de Lima Pereira, foram entrevistados 174 agentes econômicos, entre empresários, profissionais liberais e consumidores no período de 5 a 25 de abril. Os resultados têm 97,31% de confiança. “Nunca mensuraram esses prejuízos, todas as medidas emergenciais que foram tomadas pelo serviço público foram sem base científica econômica, e esses dados irão contribuir para as ações públicas, inclusive a partir desses dados, a Prefeitura tem como implementar a situação de emergência no município, com isso passa a receber verbas, até com dispensa de licitação”, diz Lima. Ele acredita que, a partir desses dados e da realidade das enchentes este ano, será necessário que o município declare situação de emergência, a exemplo de municípios vizinhos.

Foram consultadas um total de 11.918 pequenas, microempresas, microempresas individuais, 1.073 médias empresas, 119 grandes empresas, além dos 125 mil domicílios.

PREJUÍZOS – Considerando o impacto das enchentes nos últimos anos, entre os entrevistados 91% afirmaram que tiveram prejuízos com as enchentes em anos anteriores, 7% disseram não terem tido prejuízos e 2% dos entrevistados foram indiferentes.

Levando em conta os impactos que a cheia já está causando, 90% disseram estarem sendo afetados neste ano de 2014 com prejuízos significativos e 8% disseram que ainda não tiveram qualquer tipo de prejuízo, os 2% restantes não responderam. Dos entrevistados, 58% pertencem ao setor terciário da economia, formado por empresas ligadas ao segmento comercial, de serviço e os domicílios; 28% referem-se às atividades do setor primário (agricultura, pecuária e o extrativismo) e 14% de empresas ligadas ao setor secundário (indústria de transformação).

Dos R$ 308,7 milhões, R$ 33,7 milhões foram absolvidos pela pecuária, R$ 46,1 milhões pela agricultura, R$ 5,3 milhões pelo extrativismo mineral, todos os itens relacionados com o setor primário da economia. No setor secundário os prejuízos foram de R$ 44,3 milhões na aquisição de matérias-primas e logística e venda de todos os tipos, somente no setor comercial os impactos somaram R$ 34,8 milhões e no de serviços R$ 36,2 milhões. Os gastos com proteção às enchentes, tendo como base os questionários da pesquisa somam R$ 108,2 milhões.

Fonte: Diário do Pará – Foto: David Alves

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