Rio – O homem mais rápido do mundo mobilizou um pequeno exército de jornalistas de todo o mundo no começo da noite desta segunda-feira (8), no Rio de Janeiro. No primeiro evento público desde que chegou ao Brasil, Usain Bolt caiu no samba e prometeu divertir o público na última Olimpíada de sua carreira.
“Eu gosto de entreter. Gosto de fazer as coisas de uma forma diferente. É a minha personalidade, fico feliz que as pessoas gostem”, afirmou Bolt em um evento da marca que patrocina a equipe de atletismo da Jamaica.
Antes de cair no samba com músicos e passistas brasileiros, Bolt ganhou um rap de um jornalista norueguês, que não se conteve na idolatria, e depois pediu para tirar um selfie com os demais membros da imprensa presentes no evento, realizado no bairro da Barra da Tijuca. Por fim, a estrela mundial não deixou de reproduzir o gesto de comemoração clássico do “raio”, para deleite de fotógrafos de vários países.
Bolt X Samba
Na entrada em cena, Bolt reclamou que gostaria de ouvir mais palmas dos jornalistas, quando seu nome foi anunciado. Mas, em seguida, encarou a parte série da programação, respondendo perguntas diversas. Em uma delas, confirmou que o Rio de Janeiro representa seu adeus olímpico.
“Muita gente não está feliz. Definitivamente é a minha última Olimpíada. Eu fiz muita coisa, já provei o que posso fazer”, declarou o bicampeão olímpico dos 100 metros, dono ao todo de seis ouros nos Jogos.
Com Bolt como atração principal, a equipe jamaicana de atletismo foi apresentada em evento com feições de espetáculo internacional, quase com o status do time americano de basquete. A Jamaica conquistou 66 medalhas olímpicas no atletismo, voltando para casa com pelo menos uma nas últimas 12 edições dos Jogos.
Deste número, 63 pódios vieram de provas de 400 metros ou menos, duas nos 800 metros (1948 e 1952) e apenas uma em disputas fora da pista, com a prata de James Beckford em Atlanta, em 1996. O país caribenho foi ao topo do pódio dez vezes somente nas últimas duas Olimpíadas, em Pequim e Londres.
Tamanha badalação acaba aparecendo na confiança do time jamaicano que participará da Olimpíada. “Não há adversário, só a Jamaica existe”, disse Asafa Powell, ex-recordista mundial dos 100 metros e integrante do revezamento do país para os Jogos do Rio, respondendo sobre quais podem ser as nações a ameaçar o país.
Bolt entra em cena na Olimpíada do Rio a partir de sábado, na fase preliminar dos 100 metros. A final da prova de velocidade mais badalada do atletismo está marcada para a noite de domingo, no estádio do Engenhão. Dias depois, a estrela da Jamaica volta à pista para tentar repetir os ouros nos 200 metros e no revezamento 4×100 metros.
Bolt apóia combate ao doping
Durante o evento desta segunda-feira no Rio, Bolt ainda manifestou apoio às recentes medidas políticas de combates ao doping na modalidade. Semanas antes da Olimpíada, a delegação da Rússia (17 medalhas em Londres) foi suspensa dos Jogos pela Iaaf (Federação Internacional de Atletismo) em razão de um grande esquema de corrupção com envolvimento de todos os níveis, de atletas a dirigentes, passando por treinadores.
“Eu acho que estamos indo na direção correta. Mantenho a fé de que o atletismo está na trilha certa. Em poucos anos, o esporte estará limpo. Estou ansioso por isso”, declarou o jamaicano.
“Na vida, nada é garantido. Eu não me preocupo. Órgãos como a WADA (Agência Mundial Antidoping) têm outros caras que estão preocupados com isso. Tento não me preocupar com isso. Vou lá e compito. Em alguns anos o esporte estará bem, é o que espero”, completou.
Amazoinanarede-Uol