Beyoncé fecha primeiro dia do Rock in Rio com ‘Lelek Lek’

(Fonte: Veja)

A cantora, que até os últimos segundos de sua apresentação no festival fazia um show sem surpresas, arrebatou a plateia dançando ao som do sucesso ‘Passinho do Volante’, de MC Federado & Os Leleks.

O show de Beyoncé no Rock in Rio, que fechou esta primeira noite do festival, teria sido bem morno e sem surpresas, não fosse a última carta na manga da cantora. No fim da apresentação, que durou 1h30 e teve oito enfadonhas trocas de roupas, Beyoncé disse para a plateia que tinha uma “surpresa”. E tinha mesmo: Passinho do Volante, funk de MC Federado & Os Leleks, que ficou famoso após virar comemoração de gol do jogador Neymar e traz o refrão “ahh lelek lek”, começou a tocar nas caixas de som, e a cantora arriscou um rebolado funk. Por essa, ninguém esperava.

O número funcionou muito bem como encerramento de um show que teve vários altos e baixos. Nesta nova turnê, The Mrs. Carter Show World Tour (show da senhora Carter, em tradução livre), Beyoncé optou por picotar as apresentações com vários interlúdios, nos quais são exibidos alguns vídeos existencialistas, com mensagens de auto-ajuda no estilo “você é quem você nasceu para ser” e “o amor é precioso, então ame agora” — o que dá tempo para que a cantora faça várias trocas de roupa. São todas maravilhosas e mega produzidas – quatro maiôs bordados com pedrarias e pérolas, duas “hot pants”, um vestido longo e um macacão –, mas o exagero não é justificado, já que compromete o andamento do espetáculo.

O repertório, porém, foi bem escolhido – teve basicamente hits do repertório solo recente da cantora. Ela abriu com Run the World (Girls), principal hit de seu disco mais recente, 4, de 2011, e seguiu com End of Time, If I Were a Boy, Baby Boy, Naughty Girl, Party, Why Don’t You Love Me?, Irreplaceable, Love On Top, Crazy In Love, Single Ladies e Halo. Ela fez ainda um cover de I Will Always Love You, famosa na voz de Whitney Houston. Pela temática dos vídeos exibidos durante as trocas de roupa e até mesmo a escolha das músicas, The Mrs. Carter Show World Tour é uma homenagem a Jay Z, marido da cantora (e dono do sobrenome Carter).

No entanto, é apenas a embalagem que muda. O conteúdo continua sendo o mesmo que já virou habitual nos shows de Beyoncé, com a cantora mostrando sua sensualidade o tempo todo – ora em frente ao telão, somente com sua sombra, ora passando a mão pelo corpo sugestivamente – o que, convenhamos, pode ser entediante. E, no final, é um espetáculo que serve apenas para reafirmar a cantora não apenas como uma das maiores estrelas pop da atualidade, mas quase como uma divindade – alguns dos vídeos a mostram até sentando em uma espécie de trono. Beyoncé chega a roubar o brilho das dançarinas e dos músicos de sua banda, que têm vários números interessantes ao longo do show – em um deles, duas dançarinas aparecem vestidas de bailarinas, o que surte um efeito muito bonito; em outro, ela “bate cabeça” com seu guitarrista.

Nem mesmo na interação com a plateia pode-se dizer que Beyoncé ganhou pontos, porque até a última parte da apresentação ela só havia falado alguns “Rio!” e “eu amo o Rio”, no começo. Foi só antes de cantar Love On Top que veio algum tipo de interação mais profunda, quando a cantora se aproximou da plateia por uma parte mais baixa do palco e pediu que todos levantassem as mãos – o que funcionou. Ela se mostrou emocionada ao ver o mar de pessoas com pulsos levantados, a maioria com uma pulseirinha piscante laranja dada por um patrocinador.

A impressão que Beyoncé deixou é que, neste novo show, tudo é muito bonito, mas não empolga, nem convence. E não é por falta de esforço.

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