Belém é a segunda capital do país com maior variação de crescimento das dívidas entre as famílias, com 46% de alta na comparação de 2012 para 2013, ficando atrás apenas de Manaus com 49%. A capital paraense é a quarta no ranking nacional de famílias endividadas, com 78%, ou 315.496 famílias.
As informações fazem parte da quarta edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Em um ano, o volume de famílias endividadas no Brasil cresceu quatro pontos porcentuais: de 59%, registrado em 2012, para 63% em 2013 (mesma porcentagem apontada em 2011). No período, houve um acréscimo de 770 mil famílias com algum tipo de crédito ou financiamento.
O valor mensal dessas dívidas também aumentou: R$ 16,1 bilhões ante R$14,9 bilhões do ano anterior – diferença de 8%, apesar de a parcela mensal das dívidas por família ter recuado 1,5%, passando de R$ 1.869 para R$ 1.840. Essa queda contribuiu diretamente para manter o comprometimento da renda em 30% – nível considerado razoavelmente adequado para não sinalizar um eventual risco de estouro de inadimplência, segundo a assessoria econômica da federação.
O volume de famílias que estavam com as contas em atraso em 2013 em Belém era de 20% e o valor médio da dívida, de R$ 1.185. Entre todas as capitais brasileiras, Manaus ficou em primeiro lugar em contas em atraso: 35% das famílias endividadas estavam inadimplentes, enquanto a média nacional foi de 21%. Em 2011, cuja média no país havia sido 23%, o município amazonense também registrou porcentual maior, com 30% de famílias com contas vencidas. No ano seguinte, a inadimplência dos manauaras (24%) se aproximou bastante da média brasileira (21%).
De acordo com a pesquisa, logo atrás, na região Norte, ficaram Boa Vista, com 34%, e Macapá, com 32%. Em sentido oposto, Palmas, no Tocantins, apresentou a menor porcentagem de inadimplência do País: 8%. A seguir, em nível nacional, vieram Brasília/DF (Centro-Oeste), com 10%, e São Paulo/SP (Sudeste), que somou 16% das famílias com dívidas em atraso. Os dados comparativos de 2011, 2012 e 2013 têm como fontes o IBGE e a Confederação Nacional do Comércio (CNC).
Nos últimos três anos, a inadimplência das pessoas físicas tem se mantido em padrões aceitáveis. Em 2013, por exemplo, 13,9% dos endividados tinham parcelas vencidas há mais de 15 dias, 1,5 ponto porcentual abaixo de 2012.
A inadimplência de curto prazo – de 15 dias a três meses – abrangia, no ano passado, 6,6% do total de famílias com dívidas e a de longo prazo – acima de 90 dias – 7,2%.
A capital que registrou o maior porcentual de famílias endividadas foi Curitiba/PR, com 87% do total, seguida por Florianópolis/SC (86%). De acordo com a federação, os dados revelam que o consumidor está mais cauteloso na tomada de crédito – principalmente pela alta dos juros – o que justifica a estabilidade do nível de inadimplência. Esse comportamento impactou diretamente no desempenho do varejo, que registrou aumento bem abaixo da média de anos anteriores e que ainda persiste em 2014. Além disso, segundo a entidade, o comprometimento médio da renda com dívidas se manteve aos 30%, patamar considerado saudável.
Fonte: Diário do Pará