Manaus – Apesar da ameaça de greve dos policiais militares, a cidade de Manaus amanheceu tranquila e com os efetivos policiais nas ruas.
O Comando da Polícia Militar do Amazonas (PM-AM) descartou, na noite deste domingo (27), a paralisação de policiais militares no estado. Segundo o secretário de Segurança Pública, o coronel Paulo Roberto Vital, as faltas registradas durante a tarde nas delegacias são consideradas normais.
“Eu só consideraria paralisação, se fosse 100%. Isso sim ia me preocupar. E nem precisaria do Exército, que tem outras coisas para se preocupar”, disse durante coletiva com a imprensa no Comando-Geral da Polícia Militar, no bairro Petrópolis, na Zona Sul da capital.
O governador, José Melo, disse que visitou delegacias para conversar com os policiais. Ele não descartou acionar as Forças Armadas em caso de greve.
Segundo Vital, 170 viaturas estão circulando nas ruas da cidade. “Eu estou garantido que o nosso serviço de policiamento ostensivo fardado vai continuar garantindo à sociedade àquilo que é nosso dever: segurança”, disse.
O governador informou que visitou cinco Companhias Interativas Comunitárias (Cicoms) na tarde deste domingo. “Conversei com praças que estavam nas rondas com viaturas paradas. Queria conhecer a lógica desse movimento.
Durante as conversas, dois pontos foram unânimes: todos eles reconhecem os avanços que tiveram na segurança pública nos últimos três anos, além da reclamação das promoções em relação às praças. Por exemplo, soldados com 20 anos de carreira estão sem promoção. Eu disse que era para esquecer a história de greve”, relatou por telefone.
Melo informou que deve se reunir nesta segunda-feira (28) com técnicos do governo para revisarem a legislação de promoção dos policiais que trabalham nas praças. “Em seguida, vou conversar com os representantes deles [praças], para aprimorar e encaminhar. Há um claro oportunismo político. É fato também que a lei de promoção precisa ser revisada e que o estado não se recusa a dialogar em cima disso”, destacou.
O governador afirmou que o estado está preparado em caso de greve. “Preocupado eu estou. Vou dar segurança em qualquer circunstância. Já temos um contingente disposto a isso. Em última análise, temos as Forças Armadas. Seria o extremo. Eu lhe dou garantias que, embora respeite o direto de todos, reconheço o direito maior da segurança”, frisou.
Presente na reunião deste domingo, o comandante da PM no Amazonas coronel Almir Davi, informou que se reuniu com representantes de associações oficiais que teriam descartado uma greve.
Cicoms
Durante a coletiva com imprensa, o coronel Vital afirmou que as atividades nas Cicoms – unidades da PM-AM nos bairros – estão mantidas.
Na tarde deste domingo (27), circularam diversas mensagens nas redes sociais com especulações sobre a paralisação de policiais nas Cicoms.
A reportagem visitou alguns Cicoms para verificar como estava o trabalho nos locais. Na 3ª Cicom, um policial, que não quis se identificar, disse que o efetivo foi reduzido em 50% em toda a cidade. Segundo ele, o comandante da Companhia não liberou os policiais que sairiam às 15h, porque os PMs do turno da noite não iriam trabalhar neste domingo.
Já na 18ª Cicom, os oito policiais que estavam no plantão informaram que sete viaturas estavam paralisadas.
Apesar de admitirem que não há havia nenhum movimento oficial, os PMs da 18ª Cicom disseram que parte da tropa da cidade estava paralisando. De acordo com eles, a categoria reivindica Gratificação por Trabalho Extra (GDE), Plano de Cargos e Salários, Ticket alimentação e Gratificação por graduação – de 15% a 25% dependendo da formação acadêmica.
Conforme o coronel Almir Davi, é normal que algumas viaturas fiquem paradas em alguns momentos nas Companhias. “Isso não significa que há paralisação das atividades. Quanto a esse pessoal que disse ter parado na 18ª Cicom, vamos procurar saber o que houve”, disse.
Arthur defende o diálogo
O prefeito Artur Neto demonstrou preocupação com um movimento de policiais militares que realizam um movimento próximo a Arena Amadeu Teixeira, causando alguns problemas para o trânsito.
Arthur lembra que a Constituição proíbe greve dos policiais e defendeu numa entrevista a Radio Amazonas, a não greve e a a construção de um dialogo franco, aberto e democrático para que questão sejam solucionado, com respeito a categoria e a população.
Questionado sobre a responsabilidade ser do Governo do Estado, o prefeito Arthur Neto disse que tudo que diga respeito a população de Manaus, a Prefeitura precisa estar atenta e participar e disso “eu não abro mão. A responsabilidade é da Prefeitura, mas a Prefeitura está pronta a participar do problema e a contribuir de alguma forma para a sua solução.
O prefeito alertou que a situação é delicada e preocupante d torce para que os dois lados abram um dialogo e resolvam o impasse, considerando que a população não pode ficar sem policiamento nas ruas a mercê dos bandidos.
Na Arena
Apesar do movimento dos policiais próximo a Arena Amadeu Teixeira, as autoridades garantem que os manifestantes são minoria e voltaram a garantir que os Cicoms estão funcionando para que a população tenha segurança e tranquilidade.
Os acampados próximos a Arena estão reivindicando a presença do governador José Melo no local, como primeiro passo para dar fim ao tumulto lembrando que a Constituição proíbe que greve de militares.
Amazonianarede – Bom dia Amazonas
