Após mortes de 6 detentos no presídio, 12 vão para o semiaberto do Compaj

Após mortes de 6 detentos no presídio, 12 vão para o semiaberto do Compaj

Manaus, AM – Após a morte de seis detentos dentro da Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), na sexta-feira (7) em Manaus, 12 presos receberam, neste sábado (8), progressão de regime para o semiaberto.

Os detentos seguiram para o semiaberto do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) – única unidade onde há esse tipo de regime na capital.

De acordo com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a progressão de regime é uma rotina normal e estava programada para ocorrer na sexta, mas foi suspensa em razão das mortes registradas na UPP.

Confusão

A confusão na Unidade Prisional do Puraquequara – no km 2 do Ramal da Bela Vista, em Manaus -, terminou no fim da noite desta sexta-feira (7), após cerca de 12 hoas. Ao todo, seis detentos foram assassinados dentro das celas, pelos próprios companheiros. Outros 20, ameaçados de morte, foram transferidos para o isolamento externo. As informações são da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap).

Durante todo o dia, familiares acompanharam a movimentação do lado de fora do presídio. Eles chegaram a fazer uma roda de orações pelos detentos.

Briga entre divisões de facção

O secretário Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), tenente-coronel Cleitman Rabelo, explicou que os mortos foram encontrados no interior das celas, que estavam trancadas. Durante a revista, foram achados dois mortos em uma cela e o restante em quatro cômodos diferentes. “Encerramos a operação de revista na cela e retirada nos corpos. Contabilizamos seis corpos. É uma briga de uma sub-divisão de uma facção do Estado, um acerto de contas interno”, disse o coronel.

O secretário disse ainda que o assassinato dos presos foi motivado por um ‘racha’ dentro do comando de uma facção criminosa que atua no Amazonas. Cleitman Rabelo explicou que os presos foram mortos pelos próprios companheiros de cela. Dois foram estrangulados, um foi atingido com um objeto pontiagudo – uma capa de DVD – no peito, outro foi degolado e último foi atingido na cabeça com uma peça de um dos ventiladores distribuídos nas celas. “Todos serão ouvidos, indiciados e punidos a rigor da lei”, afirmou. Visitas de familiares e banhos de sol estão suspensos até segunda ordem.

O Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da OAB-AM, Epitácio Almeida, disse que a Seap havia sido informada sobre a possibilidade de novas mortes no presídio. “No início da semana, as famílias me passaram mensagem [sobre a ameaça de morte] e a gente comunicou à secretaria, tanto que eles mantiveram na tranca, fizeram tudo para evitar, acredito nisso”, afirma.

Amazonianarede-G1

 

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