Manaus – O Governo do Amazonas implantou, há cerca de dois meses, de forma pioneira na rede de maternidades públicas estaduais da capital, o Protocolo de Avaliação de Frênulo de Bebês, popularmente conhecido como Teste da Linguinha. A medida antecipou-se à Lei 13.002/2014, que tornou, em junho deste ano, este tipo de triagem obrigatória em hospitais e maternidades do País.
De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, o Amazonas saiu na frente, por considerar o exame importante para o desenvolvimento futuro dos bebês. Segundo ele, o exame, hoje, beneficia todos os bebês nascidos nas sete maternidades estaduais de Manaus (Balbina Mestrinho, Azilda Marreiro, Nazira Doau, Ana Braga, Alvorada, Hospital e Maternidade Chapot Prevost e Instituto da Mulher Dona Lindu). Juntas, essas unidades registraram, de janeiro a maio deste ano, 9,4 mil partos, uma média de 1,9 mil ao mês.
O secretário explica que o exame serve para identificar anormalidades como a hipertrofia do frênulo lingual, problema que pode dificultar a amamentação e, futuramente, pode comprometer a mastigação e a dicção da criança. “Se não identificado a tempo, o problema da ‘língua presa’ pode dificultar a amamentação e prejudicar o ganho de peso do bebê. O teste é feito de forma rápida, a partir de uma análise clínica realizada por fonoaudiólogos”, frisou. Ele destaca que o exame clínico complementa o leque de triagens neonatais realizadas em recém-nascidos na rede pública estadual de Manaus, que já oferece os testes do pezinho, orelhinha, olhinho e coraçãozinho.
Tratamento
A gerente de maternidades da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), Mônica Melo, informa que o teste é feito antes da alta hospitalar e ressalta que a triagem foi inserida na rede para ampliar a oferta e qualificar os serviços nesta área. No caso de detecção de alterações, o tratamento pode ser cirúrgico ou realizado a partir do acompanhamento de um fonoaudiólogo.
O secretário-adjunto de Atenção Especializada da Capital, na Susam, Wagner William de Souza, destaca que a ampliação das triagens neonatais no âmbito estadual vem acompanhada da garantia de diagnósticos cada vez mais precoces de eventuais problemas que os bebês possam apresentar e, consequentemente, possibilita o início mais rápido dos tratamentos. “No caso do Teste da Linguinha, o grande diferencial é que, com a correção das anormalidades, não só será possível minimizar o problema de saúde, mas também evitar um futuro déficit no crescimento dessas crianças”, afirmou.
Foto: Roberto Carlos / Agecom