Amazonas lança projeto para colocar indígenas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016

Arquearia Indígena na Rio 2016
Arquearia Indígena na Rio 2016

Amazonianarede – Sejel

Manaus – Lapidar o talento natural dos indígenas no tiro com arco e descobrir talentos na modalidade para os Jogos Olímpicos. Esse é um dos objetivos do projeto “Arquearia Indígena na Rio 2016”, lançado na manhã desta quarta-feira, 6 de março, durante a inauguração da “Escola de Arquearia Floresta Flecha”, na sede da Fundação Amazonas Sustentável (FAS), Zona Centro-Sul de Manaus.

A iniciativa é uma realização da Federação Amazonense de Tiro com Arco (Fatarco) e FAS, com apoio do Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado da Juventude, Desporto e Lazer (Sejel) e Secretaria de Estado para os Povos Indígenas (Seind), Confederação das Organizações e Povos Indígenas do Amazonas (COIPAM) e Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (COIAB).

Para o superintendente geral da FAS, Virgílio Viana, o sucesso do projeto será uma forma de resgatar a cultura das populações indígenas.

“Queremos impactar de forma positiva na autoestima desses jovens indígenas. O principal já temos: o elemento humano. Com a escola eles serão capacitados teoricamente na sede da Fundação e terão aulas práticas na Vila Olímpica de Manaus”, falou Viana.

Emocionado com a parceria, Waldemir Triucuchuri, representante do povo Kambeba, etnia Tikuna, falou sobre a importância do fortalecimento do conhecimento e da cultura indígena.

“No último sábado, já tivemos a primeira seletiva de arco e flecha na comunidade e despertamos a curiosidade de muitos jovens e moças. Será um sonho ter o primeiro arqueiro olímpico indígena disputando uma competição tão importante”, relatou.

Carregando arco de paxiúba, árvore típica do rio Cuieiras, flecha feita com talas de buriti, ponta de muirapiranga e uma pena, o jovem Drean Iagoara, de 15 anos, acabou descobrindo que uma atividade corriqueira na aldeia poderia levá-lo ao sonho de se tornar um atleta olímpico.

“Meu contato com o arco e a flecha era somente na caça. Quando venci a competição na aldeia, vi que tinha potencial para ser um arqueiro de verdade. Vou me dedicar muito ao esporte para divulgar a cultura do meu povo”, disse o atleta, que conseguiu acertar no alvo a uma distância de 30 metros durante a seletiva na comunidade Três Unidos, localizada na margem esquerda do rio Negro.

APOIO DO CTARA

Segundo a titular da Sejel, Alessandra Campêlo, o Governo do Amazonas apoia a iniciativa inédita e vai disponibilizar a estrutura do Centro de Treinamento de Alto Rendimento da Amazônia (CTARA).

“O CTARA tem uma equipe multidisciplinar formada por massoterapeutas, nutricionista, psicólogo, dentista e preparadores físicos para atendê-los. Além disso, o Roberval Santos, que é técnico especialista na modalidade, irá acompanhar estes indígenas e orientá-los na transição do arco da aldeia para o olímpico. Torcemos para que saia do projeto um talento para integrar a seleção amazonense e com chances na Rio 2016″, disse a secretária.

O PROJETO

Inicialmente, os beneficiados serão jovens na faixa etária de 14 a 20 anos. A seleção acontecerá em oito regiões do Amazonas que possuem aldeias e comunidades indígenas.

Os melhores arqueiros receberão alojamento, alimentação, e treinamento intensivo com o técnico da Seleção Amazonense de Tiro com Arco, Roberval dos Santos, na Vila Olímpica de Manaus.

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