Alegando falta de condições, técnico Dodo deixa o Rio Negro

Sem condições de trabalho, Dodo deixa a até água"

 

 

Sem condições de trabalho, Dodo deixa a até água"
Sem condições de trabalho, Dodo deixa a até água”

Manaus, AM – Há exatos 30 dias o Rio Negro, time que disputa o Campeonato Estadual do Amazonas, anunciava a contratação de Dodô, ex-Botafogo e ídolo de uma geração. O artilheiro dos gols bonitos assumiria pela primeira vez a missão de ser técnico de um clube profissional, que estrearia na próxima semana, e mergulhou de cabeça no sonho que cultivava desde a aposentadoria. Mas a piscina era rasa demais.

Em sua  primeira experiência como técnico, ex-atacante deixa futebol amazonense e lamenta falta de condições básicas: “Tive que comprar materiais de treinamento”

E por essas ironias da vida, faltou muito mais que água na breve passagem de Dodô por Manaus.

– São até constrangedoras algumas coisas que aconteceram com a gente. Eu não gosto de ficar tocando no assunto, mas aconteceram. Tínhamos um problema estrutural muito forte.

Na primeira semana a gente ia treinar e não tinha nem água. A gente só tinha seis bolas para treinar. Quando eu fui convidado, eu sabia que a estrutura era básica, mas não tínhamos o básico. A gente tinha problema com campo, com transporte, com água, com suplemento, com bola… A gente não tinha jogadores… – narra.

 

Dodô e Sandro Sargentim, seu preparador físico, embarcaram juntos no mesmo “barco”, vindos de São Paulo. Junto com a bagagem, precisaram trazer equipamentos de treinos para uso dos atletas. Era tragédia quase pré-anunciada.

– O material de treinamento que o Rio Negro TINHA – porque não tem mais – eu vou levar. Eu que comprei! Tive que comprar materiais de treinamento para os atletas, de treinamento funcional. Coisa que com R$ 1.500 se resolve o problema. Isso eu tive que comprar em São Paulo e trazer para cá. Como que vai se fazer futebol assim? Com poucas bolas, poucos jogadores e pouca água? Eu não estava pedindo muito. Não fugi da realidade. Nós só queríamos o básico que se precisa para fazer um futebol sério, profissional – desabafa.

A gente só tinha seis bolas para treinar. Quando eu fui convidado, eu sabia que a estrutura era básica, não tínhamos o básico. A gente tinha problema com campo, com transporte, com água, com suplemento, com bola… A gente não tinha jogadores…

Dodô

A conversa se desenrola numa sala pequena, num hotel no Centro da capital amazonense. Dodô, ao lado de Sandro, apesar do desabafo, mantém o tom polido e, claramente, se policia para não ir além. Não vai além ao citar nomes. Não vai além ao evitar problemas. Não vai além.

Assim como o projeto de futebol pra lá de fantasioso vendido por uma empresa de gestão esportiva, intitulada Excellence Football, que fechou contrato com o Rio Negro no início da temporada. Essa é a empresa responsável pelo contrato com Dodô e os atletas.

– Em relação a jogadores, por exemplo, a gente não podia trazer, porque as duas pessoas (responsáveis pela empresa) não tinham condições de pagar as passagens deles, por exemplo. O único atleta dos que eu indiquei, que está em Manaus, está aqui porque pagou sua própria passagem. É difícil convidar um jogador para um time e dizer: “pô, paga aí a tua passagem”. É constrangedor!

Responsabilidade da empresa

O presidente do Rio Negro, Thales Verçosa, mesmo sem ser diretamente responsável pelo contrato com Dodô, comentou a situação. Lamentou a saída do técnico às vésperas da estreia do time no campeonato estadual, e reiterou que a questão contratual do treinador é com a empresa terceirizada.

– Nós temos que ter condições dentro das nossas possibilidades. O que eu posso falar é o que o Dodô colocou para mim, na reunião que tivemos, quando ele avisou sobre o desligamento. Ele citou algumas situações e, principalmente, justificou que não acreditava na empresa que nós temos a parceria, mas não explicou o porquê. São situações que não temos como atender, infelizmente. Trabalhamos dentro das nossas condições. Paciência – disse.

A empresa esportiva, desde que assinou com o Barriga Preta, gerou burburinho pelo seu histórico de gestões ruins. Comandada por dois empresários conhecidos no ramo do futebol, principalmente de clubes de menor expressão, a Excellence Football trouxe, além de Dodô, nomes de peso para o elenco, como Alan Bahia e Abuda. Um novo nome forte para assumir o comando técnico deve ser anunciado em breve, segundo o presidente do time.

O Globo Esporte.com tentou entrar em contato com o empresário responsável pela Excellence Football, mas as ligações foram direcionadas para a caixa postal até a publicação desta matéria.

Amazonianarede-JAM

 

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