Parintins – De acordo com o Seripa 7, o aeroporto Júlio Belém, único do município de Parintins, está preparado para receber normalmente pousos e decolagens na época mais movimentada do ano.
Além da infraestrutura inadequada, o aeroporto Júlio Belém, no município de Parintins (a 360 quilômetros de Manaus) sofre constantes interdições por conta da grande quantidade urubus ao redor do aeródromo.
Apesar não haver a curto prazo, uma política para amenizar a situação, o coronel Alexandre Ricardo do Carmo, do Sétimo Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa 7), ressalta que durante os dias de Festival Folclórico, no mês de junho, “a segurança estará garantida e caprichada”.
A declaração foi dada durante o 6º Simpósio de Segurança de Voo da Amazônia, realizado no último sábado. “Todos os anos fazemos uma campanha para que se tenha segurança na época do festival. Este ano não será diferente. Também estaremos assessorando as entidades públicas como o Corpo de Bombeiros e Prefeitura, e até mesmo as companhias aéreas para colhermos dados e divulgarmos informações sobre os riscos de voos, inclusive, alertando para a questão da fauna”.
Sem riscos
De acordo com o coronel, não há riscos de haver uma nova interdição durante os dias de festa. “Nesse período passa-se a fazer determinados tipos de ações que evitam que a fauna seja um problema como é fora deste período”. Vistorias na pista e fogos de artifício estão entre as medidas que serão tomadas para afastar os animais.
Porém, mesmo com a série de alternativas, o coronel reconhece que o aeródromo funciona fora dos padrões. “A principal dificuldade é realmente com a questão da infraestrutura dos aeródromos. Se formos analisar as pistas da Amazônica Ocidental, pelo menos 85% estão fora do padrão que deveria ter para que houvesse o mínimo de condições de segurança pra pousos e decolagens”, completa.
Investimentos
Em 2012, o Governo Federal lançou o Programa de Investimento em Logística: Aeroportos, que também foi anunciado em maio deste ano, no Amazonas, durante visita do diretor do Departamento de Gestão do Programa Federal de Aeroportos, Eduardo Bernardi.
No entanto, até abril deste ano, apenas quatro municípios deram entrada no requerimento de licença ambiental para iniciar as obras com os recursos do programa. Parintins é um deles, junto com Barcelos, Fonte Boa e São Paulo de Olivença, segundo informações do Instituto de Proteção Ambiental do Estado Amazonas (Ipaam).
“Existem municípios como Tabatinga, por exemplo, que faz um trabalho bastante relevante junto com a população local, que são em sua maioria indígenas. Mas temos problemas com outros municípios, como o de Coari, por conta da questão política. Não encontramos soluções para o problema do aeródromo porque a gente não acha a autoridade para reportar o problema”.
A falta de informação também prejudica o planejamento de ações voltadas para a prevenção e controle de acidentes envolvendo fauna. Conforme Ricardo do Carmo, apesar do trabalho de conscientização e orientação realizado pelo serviço, ainda falta o hábito ou a cultura dos operadores em reportar os incidentes aos órgãos de controle.
Simpósio sobre a segurança aérea
O encontro, realizado no último sábado no auditório da Universidade Paulista (Unip) teve como principal finalidade a disseminação da cultura de segurança de voo. “Os debates servem para que a gente possa futuramente evitar que ocorram perdas humanas e materiais em virtudes de acidentes aéreos”, ressaltou o coronel Alexandre Ricardo.
No ano passado, o Seripa registrou 37 acidentes aéreos na Amazônia Ocidental.
Entre eles, está o caso de um avião da Total Linhas Aéreas que precisou fazer um pouso de emergência no Aeroporto Eduardo Gomes, em Manaus, por causa de uma falha no trem de pouso direito. A aeronave colidiu com uma anta que atravessou a pista durante a decolagem no município de Coari, o que ocasionou o problema.
Aeroporto sofreu interdição parcial
Após quase quatro anos, em fevereiro do ano passado, o aeroporto Júlio Belém – em Parintins, voltou a receber voos regulares durante o período do dia. O alto número de urubus e outras aves colocavam em risco os procedimentos de pousos e decolagens. Por conta disso, as operações no dia foram proibidos, em 2010.
Amazonianarede-Jornal da Ilha