A velocidade da descida das águas preocupa os ribeirinhos temendo uma grande seca

O Rio Negro, numa grande seca
O Rio Negro, numa grande seca
O Rio Negro, numa grande seca

Amazonas – Na Amazônia é assim: Ou é verão ou inverno, seca ou enchente. Estamos nos aproximando do inverno e saímos a pouco da enchente, mas o perigo agora pé a grande seca que se avizinha, deixando preocupada a população ribeirinha do Amazonas, que sofre grandes prejuízos tantos na subida, quanto na descida das águas.

O Rio Negro, por exemplo, que banha a capital amazonense e outros municípios no Estado, está vazando em grande velocidade e o recuo das águas deverá se estender até dezembro, devido ao fenômeno El Niño que impede a formação de nuvens e com isso as chuvas tão tradicionais na região se afastam, fazendo com que a população enfrente uma forte temperatura e baixa umidade relativa.

Por estarmos numa região com geografia diferenciada e os municípios na grande  maioria situados as margens dos rios Negro, Amazonas, Solimões, Purus e Juruá, precisam dos rios navegáveis para a própria sobrevivência e de um clima razoável para que os ribeirinhos possam viver, trabalhar e produzir, e para que isso seja possível não seve nem tanta seca e nem tanta água. A coisa precisa ficar no meio termo.

Assim como a enchent4, a seca gera grandes prejuízos para as populações ribeirinhas
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No município de São Gabriel da Cachoeira, a 850 quilômetros de Manaus, o nível do Rio Negro está no nível mais baixo dos últimos 15 anos: 6 metros e 33 centímetros.

O nível do Rio Negro, em Manaus, baixou 2,29 metros este mês, segundo dados da régua do Porto de Manaus. Esse é o maior volume de vazão desde que a vazante – processo de descida do rio – teve início em meados de julho.

Na terça-feira (29), a cota registrada foi de 29,03m, após redução de 20 centímetros. Desde o começo da vazante, o rio secou 5,72m. O pico máximo contabilizado no período de cheia ocorreu no dia 29 de junho, quando o Rio Negro marcou 29,66 metros – cerca de 12 centímetros inferior à 2012, ano da cheia histórica (29,78 m).

Números

A torcida é para que as chuvas cheguem e melhore a situação que é quase crítica
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Um levantamento do CPRM com base nos registros feitos entre 1903 e 2014 apontou que a média das cotas mínimas do Rio Negro em Manaus é 17,67 metros. Já a média das máximas é de 27,86 metros.

A maior vazante considerada extrema ocorreu em 2010 quando o nível do rio chegou a 13,63 metros no dia 24 de outubro. Já a cheia recorde foi de 2012 com cota máxima de 29,97 metros.

Dados do CPRM apontam que em 2013 e 2014, as cotas registradas na capital amazonense ficaram acima dos 19 m. Até o fim do período de estiagem, o esperado é que o rio tenha volume abaixo dos 17 m.  A vazante é considerada extrema quando o nível da água do Rio Negro fica abaixo de 15 m.

El Niño

As cidades do interior amazonense, dependem dos rios para sobreviverem
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O Escritório Australiano de Meteorologia afirmou que o fenômeno climático El Niño se fortaleceu nas últimas semanas. A entidade diz ver agora apenas uma “pequena chance” de que o evento termine até o fim deste ano.

As temperaturas do Oceano Pacífico nos trópicos estão bem acima dos patamares que definem o El Niño e os ventos enfraqueceram consistentemente, disse o escritório. Cientistas do governo americano já afirmaram que o El Niño, que começou este ano, pode ser dos mais fortes dos últimos 65 anos.

Amazonianarede

 

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