Manaus deverá ter uma Unidade Móvel de Testagem de HIV por fluido oral e gota de sangue, informou a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) na sexta-feira (8). A Unidade irá percorrer pontos estratégicos de encontro a jovens e em horários diferenciados, à noite e aos fins de semana para a realização dos testes rápidos e distribuição de preservativos.
Além da Unidade, a Semsa deve oferecer orientações sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). A iniciativa tem o objetivo de diminuir os casos de Aids até 2020, compromisso firmado pela “Declaração de Paris”, documento assinado em dezembro do ano passado.
Com a Declaração, a capital amazonense pretende acelerar a resposta para alcançar as metas 90-90-90 do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV/AIDS (UNAIDS) que almejam que 90% das pessoas vivendo com HIV/AIDS conheçam seu diagnóstico. “Que 90% das pessoas que sabem de sua soropositividade recebam tratamento antirretroviral; e que 90% das pessoas que estão em tratamento tenham sua carga viral suprimida, mantendo-se saudáveis e reduzindo o seu risco de transmissão do HIV”, informou a Semsa.
Índices
Em 2015, foram notificados em Manaus 1.403 casos de Aids, 138 a menos que em 2014, o que aponta uma diminuição de 8,9%. Houve, porém, um aumento de 21,3% entre jovens de 15 a 19 anos. “Temos 89 Unidades Básicas de Saúde fazendo o teste rápido de HIV e vamos implantar esse ano também o exame nas unidades da Estratégia Saúde da Família, além de reforçar as orientações para evitar a doença. Tivemos uma diminuição em 62,5% no número de casos de Aids em crianças menores de cinco anos e aumentou 10,7% o número de casos em gestantes com HIV.
Em 2015 foram realizados 59.447 testes para HIV e distribuídos quase seis milhões de preservativos masculinos, portanto a prevenção é a palavra de ordem”, informou o secretário municipal de Saúde, Homero de Miranda Leão Neto. Segundo o secretário, a utilização dos testes rápidos permitem atender à crescente demanda pelo diagnóstico de agravos relevantes à saúde publica, visto que sua utilização aumenta a agilidade da resposta aos indivíduos e permite seu rápido encaminhamento para assistência médica e início de tratamento.
Capacitação
Na segunda quinzena deste mês de janeiro a Semsa começa a capacitação para atendimento a usuários que vivem com o HIV. A partir do dia 18, profissionais de saúde de quatro Unidades Básicas de Saúde (UBS), uma em cada zona da cidade, irão iniciar o treinamento.
Outra estratégia que terá continuidade é a parceria com Organizações Não Governamentais (ONGs) para oferta de teste rápido de detecção do HIV. Atualmente a ação é realizada junto a duas entidades. Uma é a Associação Garotos da Noite, que oferece a testagem, aos sábados, na sede da ONG. A outra é a Rede de Amizade e Solidariedade às Pessoas Vivendo com HIV/Aids, que oferece o exame em pontos de grande circulação como feiras.
Saliva
O teste da saliva do HIV é feito com um cotonete especial que é passado na gengiva e na bochecha do paciente para coletar uma amostra de líquido e células que será avaliada no teste.
O resultado sai após cerca de 30 minutos, e este teste deve ser feito pelo menos cinco dias depois do comportamento de risco, que pode ser o contato íntimo sem camisinha ou uso de drogas injetáveis, por exemplo, e deve-se estar pelo menos há 30 minutos sem comer, beber, fumar e escovar os dentes, além de ser necessário retirar o batom, no caso das mulheres.
Sangue
O teste do sangue do HIV é feito com uma gota de sangue através de uma picada no dedo do paciente, da mesma forma que é feito o teste de glicemia para diabéticos. Essa gota de sangue é colocada no aparelho do teste e após cerca de 20-30 minutos o resultado sai, sendo negativo quando apenas uma 1 linha vermelha surge no equipamento, e positivo quando aparecem 2 linhas vermelhas.
É importante lembrar que ambos os testes rápidos do HIV são confiáveis, tendo resultados com 99% de acerto. No entanto, nos casos em que o resultado do teste é positivo, deve-se fazer o exame de sangue convencional para confirmar a presença do HIV e encaminhar o paciente para os Centros de Tratamento Especializado, onde o tratamento é feito com o apoio de uma equipe composta por médico, psicólogo e assistente social.
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