Susam promove curso de atualização para parteiras tradicionais de 10 municípios

Manaus – Parteiras que atuam em 10 municípios do Amazonas, incluindo a capital, participam durante toda esta semana, no Centro de Capacitação Laura Vicuña, no Aleixo, do II Encontro de Parteiras Tradicionais. Promovido pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam), o evento integra um projeto desenvolvido, desde 2001, pelo Ministério da Saúde e a organização não-governamental Grupo Curumim em parceria com a Susam.

A finalidade do projeto é a melhoria da qualidade da assistência ao parto domiciliar, como forma de contribuir para a redução dos indicadores de mortalidade materna e neonatal.

A abertura do evento, na manhã desta segunda-feira, 22 de abril, contou com a presença do secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, do secretário municipal de saúde, Evandro Melo, das representantes do Ministério da Saúde e do Grupo Curumim, Luciane Fonseca e Paula Viana, respectivamente, e da coordenadora da área técnica da Saúde da Mulher, da Susam, Sandra Cavalcante. No mês passado, uma primeira versão do evento já havia sido realizada em Maués, com parteiras da etnia sateré-mawé.

No encontro que acontece esta semana na capital, estão participando 20 parteiras de Alvarães, Borba, Iranduba, Itacoatiara, Manacapuru, Parintins, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva, Tefé e Manaus. Além das parteiras, também foram convidados profissionais de saúde (enfermeiras, técnicas de enfermagem, agentes comunitárias) da Atenção Básica dos respectivos municípios. Maria de Nazaré Garcia de Oliveira, de Parintins, e Rita de Oliveira Nogueira, de Tefé, representando o grupo de parteiras participantes do encontro, foram homenageadas durante a cerimônia de abertura do evento, pelos anos de atividade.

Trabalho articulado – Alecrim destacou a importância de inserir as parteiras tradicionais na rede de assistência do Sistema Único de Saúde. Para ele, o trabalho desenvolvido pelas parteiras nas suas comunidades deve estar articulado e integrado àquele realizado pelo sistema público de saúde. “É um trabalho que tem muito dos princípios do que chamamos de parto humanizado e é fundamental que os gestores municipais tenham a compreensão que ao integrar as parteiras às ações da Atenção Básica contribui para melhorar o acesso das grávidas e dos recém-nascidos aos serviços de saúde”, frisou o secretário.

Rede Cegonha – A representante do Ministério da Saúde, Luciane Fonseca, disse que o “Projeto Parteiras Tradicionais – Inclusão e Melhoria da Qualidade da Assistência ao Parto Domiciliar” já está inserido nas ações da Rede Cegonha, estratégia que vem sendo executada pelo Ministério, em parceira com Estados e municípios.

A Rede Cegonha tem a finalidade de assegurar o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada na gravidez, parto e puerpério, bem como o direito ao nascimento seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis. “Nesse contexto, o trabalho que vem sendo desenvolvido com as parteiras visa identificar como elas estão se relacionando com a rede e, a partir daí, reforçar junto a elas as temáticas relacionadas à saúde da mulher e os cuidados com o recém-nascido”, afirma Luciane.

De acordo com o secretário municipal de Saúde, Evando Melo, na capital, as ações de capacitação das parteiras tradicionais estão contempladas no Plano de Reordenamento da Atenção Primária, que começou a ser executado pela Prefeitura de Manaus. “A figura das parteiras faz parte da cultura do Amazonas e é necessário lançar um olhar diferenciado para a atividade que elas exercem”, disse Melo.

Programação – A coordenadora da área técnica de Saúde da Mulher da Susam, Sandra Cavalcante, detalha que a programação preparada para o Encontro de Parteiras inclui palestras sobre a importância do pré-natal; anatomia e fisiologia do parto e nascimento, planejamento reprodutivo e familiar, testes neonatais, esquema de imunização infantil, importância da amamentação imediata, entre outros temas. “São assuntos importantes que devem ser do conhecimento das parteiras, para que elas possam orientar as mulheres de suas comunidades. Durante o curso de atualização as parteiras têm a oportunidade de também expor seus saberes tradicionais e há uma troca de informações com os profissionais de saúde”, explica Sandra.

Os cursos de atualização também são uma oportunidade para atualizar os dados de cadastramento e fortalecer a articulação e organização das parteiras, na sua relação com o sistema de saúde dos municípios onde atuam.

Fonte – Agecom

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