Sete médicos estrangeiros desembarcam em Parintins (AM)

(Reportagem: Gerlean Brasil – Repórter Parintins)

Nas bagagens, experiência em outros países, esperança de vencer os desafios dasaúde em Parintins e se adequar à região. Assim, seis médicos de Cuba e um da Colômbia desembarcaram no Aeroporto Júlio Belém, na noite desta sexta-feira, 1 de novembro, acompanhados pela 2º tenente da Marinha Brasil, Luana Riehl, do 9º Distrito Naval da Amazônia Ocidental.

Os profissionais latinos americanos integram o Programa “Mais médicos”, do Ministério da Saúde, e chegaram há uma semana na capital do Amazonas, Manaus. Os médicos estão no país desde o dia cinco de outubro e permaneceram durante três semanas em Brasília onde iniciaram a fase de conhecimento das doenças frequentes na Amazônia.

No desembarque em Parintins, os médicos foram recepcionados pela secretária de saúde, Regina Maia, controladora do município, Eliane Melo, além da coordenadora do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Parintins, Paula Cristina Pinto. O Ministério da Saúde designou cinco médicos ao município e enviou dois para a área indígena.

A oficial da Marinha do Brasil, Luana Riehl, repassou a relação dos sete dos médicos. Atuarão em Parintins Dayimi Veja Vasquez, Dunia Perez Rosales, Edalys Matos Fuentes, Eddy Garcia Rodrigues e Raul Hernando Garcia Arevalo. Já para o DSEI Parintins os dois médicos estrangeiros são Armando Juan Monteiro Aviles e Arumis Martinez Horrutiner.

Experiência

O cubano Arumis Martinez disse que respondeu ao chamado da presidente Dilma Rousseff para fazer assistência médica aos indígenas. Ele acumula oito anos de experiência, com passagens pela Venezuela, Guatemala e Timor Leste, na Ásia. O profissional afirma que trabalhou três anos com indígenas no sudeste asiático.

“Tenho experiência na medicina tropical. Passei mais ou menos três semanas por cursinho sobre cultura e costumes indígenas. A população pode esperar muitas coisas boas”, acentuou o cubano. O colombiano Raul Hernando enfatizou que tem muita esperança e amor pelo povo brasileiro. O médico deseja proporcionar e contribuir para o melhor da saúde em Parintins.

Raul Hernando trabalhou na Colômbia em comunidades de diferentes entidades públicas e privadas. Ele também tem experiência com comunidades pobres na Venezuela. A médica cubana Dunia Perez acredita que todos estão preparados para encarar o desafio na Amazônia, mas ainda necessitam apreender muito sobre a realidade do povo brasileiro e das doenças mais frequentes.

“Tivemos aulas em Brasília e Manaus sobre as enfermidades mais comuns”, destaca. Dunia Perez atua na profissão há 17 anos com passagens pela Venezuela e Nicarágua, além do próprio país de origem. Para o cubano Eddy Matos, com vinte anos de medicina, com experiência comunitária no Haiti e Venezuela, aplicar os conhecimentos científicos na região é muito importante.

“Eu trabalhei as doenças tropicais em outros países. Em Cuba não tem essas doenças que aqui são frequentes como malária, leishmaniose, filariose, entre outras. Sempre se aprende algo novo da medicina cada dia. Em regiões tropicais acontecem muitos casos e espero poder contribuir para melhorar a qualidade de vida do povo do Amazonas, particularmente Parintins”, frisa.

Eddy Matos já tinha ouvido falar do nome de Parintins e declara ser uma cultura folclórica muito importante, conhecida. A secretária de saúde, Regina Maia, anuncia que segunda-feira, dia 4, às 8h, o prefeito Alexandre da Carbrás dará as boas vindas aos cinco integrantes do Programa Mais Médicos no Hospital Regional Doutor Jofre Cohen.

Semsa

Em agosto, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) fez a inscrição de 10 profissionais no Programa do Governo Federal, de acordo com a necessidade do munícipio, principalmente atenção básica. Dos dez inscritos, o Ministério da Saúde encaminhou apenas seis, uma vez que Tereza Cristina, médica brasileira, com formação e experiência em Cuba, já estava em Parintins.

A secretária Regina Maia direcionou a médica para a Agrovila do Caburi. Tereza vai residir no Caburi para desenvolver atendimento de qualidade, juntamente com a equipe de profissionais capacitados da área da saúde. “Os seis médicos vão nos ajudar na atenção básica. Eles têm formação específica para atendimento da saúde da família”, avalia.

A Semsa vai proporcionar suporte técnico aos seis profissionais, a partir da liberação do Conselho Regional de Medicina (CRM) para atuação no município. “Vamos fazer a divisão deles, tanto para a cidade, quanto para a zona rural”, assegura a secretária Regina Maia ao enumerar que as prioridades são o Mocambo do Arari, Vila Amazônia e alguns pontos da cidade.

Saúde indígena

A coordenadora do DSEI, Paula Cristina, informa que segunda-feira, 04, na Escola Estadual Gentil Belém, inicia o acolhimento dos dois médicos designados para a saúde indígena no Baixo Amazonas. Os coordenadores técnicos da atenção à saúde do DSEI vão promover do dia 4 a 8 deste mês oficinas aos médicos de como proceder aos índios.

No segundo momento, os profissionais vão conhecer bases de saúde dos povos Sateré-Mawé e Hexkaryana, com população de 13.013 indígenas. Os polos Sateré-Mawé se concentram na calha dos rios Marau em Maués, Andirá em Barreirinha e Uaicurapá em Parintins. Caçauá e Riozinho são os polos de saúde indígena da nação Hexkaryana no alto rio Nhamundá.

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